São Paulo, segunda-feira, 27 de setembro de 2004

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CINEMA

"Kill Bill, vol. 2", de Quentin Tarantino, chega aos cinemas no próximo dia 8 de outubro

A vez de Bill

Programa jovem

Divulgação
O mestre Pai Mei (Gordon Liu) ensina artes marciais a Noiva (Uma Thurman)


SYLVIA COLOMBO
EDITORA DO FOLHATEEN

Você pode gostar mais de um filme de Quentin Tarantino do que de outro. Pode preferir o sanguinário "Cães de Aluguel" (1992) ao pastiche pop "Pulp Fiction" (1994). Pode até odiar todos. O difícil é ser insensível a suas provocações. Tarantino é, hoje, o cineasta que mais talento possui para fazer a gente se remexer na poltrona, testar nossas reações e causar incômodo. E sempre com muito humor.
No próximo dia 8, estréia a segunda parte de "Kill Bill". Para quem não se lembra, é a história de vingança da Noiva (Uma Thurman), enfurecida com Bill (David Carradine), líder da quadrilha de assassinos da qual ela costumava fazer parte.
Nesse volume 2, ficamos sabendo que a Noiva foi treinada por um mestre chinês de artes marciais e que, por trás de seu desejo de desforra está uma triste história de amor e de corações partidos -afinal, corações (e pernas, braços, miolos) partidos parecem ser uma verdadeira obsessão do diretor...
Tudo em "Kill Bill" acontece num mundo absurdo. Nele é possível, por exemplo, alguém enterrado vivo sair de debaixo da terra ou, ainda, que tiros sejam disparados dentro de hotéis sem que ninguém apareça para conferir que barulho era aquele ou que a polícia resolva dar as caras. É um ambiente de cartum, em que sangue e mortes são apenas um elemento da narrativa e nunca um elogio ao comportamento violento.
Além de ter uma boa história em mãos, o mérito de Tarantino é o de saber contá-la de forma criativa, usando referências de todos os filmes que viu até hoje -e pode ter certeza de que não foram poucos.
Seu estilo mistura características de fitas de western, de artes marciais chinesas e de samurai japonesas, além de citar produções B americanas. Para um cinéfilo recém-iniciado, Tarantino é uma boa porta de entrada para todo esse universo.
Tudo o que você vê na tela foi tirado de algum lugar, desde o tapa-olhos usado por Elle (Daryl Hannah) até a flauta tocada por Bill. É um verdadeiro desfile de clichês. Por exemplo, um carro visto de frente, com o motorista à direção e uma paisagem passando rápido atrás ou a divisão da tela em dois para mostrar ações simultâneas, foram recursos muito usados no passado. Assim como aquele zoom exagerado e abrupto, típico de produções orientais precárias.
Para saber mais sobre de onde Tarantino tira tantas idéias, dê uma olhada no site www.imdb.com (Internet Movie Database) -clique em "trivia" na página do filme.
E quer saber se você está preparado para enfrentar a segunda parte de "Kill Bill"? Então tente responder às perguntas do quiz que o Folhateen preparou.

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