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SEXO & SAÚDE
JAIRO BOUER - jbouer@uol.com.br
Remédio não é "tábua de salvação" para jovens
"VOCÊ ESTÁ com dificuldade de concentração! Deve
ter deficit de atenção! Por
que não toma remédio?"
Muita gente já deve ter
ouvido essa pergunta dos
professores, amigos e até
mesmo dos pais. Será que
não existe um exagero nessa onda de medicar tudo
aquilo que a gente sente?
Nas últimas décadas, a
indústria e a ciência desenvolveram remédios mais eficazes e com menos efeitos
desagradáveis para tratar
ansiedade, depressão e deficit de atenção, entre outras manifestações psíquicas. Isso é muito bom: tratamento mais eficiente e seguro para quem precisa.
Mas essa evolução teve
um efeito colateral social.
Muita gente que talvez não
precisasse acabou ganhando uma prescrição.
Tristezas, inseguranças,
ansiedades e inquietações,
que são normais na vida de
qualquer um, passaram a
ser mais facilmente medicadas, tirando um pouco nossa responsabilidade de resolver conflitos pessoais.
Assim, por exemplo, um final de namoro pode ganhar
a ajudinha extra de um antidepressivo.
Com a atenção e a concentração, o uso de remédio
de forma exagerada talvez
seja a questão que mais chama a atenção dos especialistas. Parece que o remédio
(Ritalina, por exemplo) virou
uma "tábua de salvação"
para muito aluno que não
vai bem na escola.
Mas há problemas! Um
remédio como esse (que é
um derivado de anfetamina)
pode causar dependência.
Ele deve ser usado por
quem precisa e não por
quem está atravessando
uma fase de mais inquietação e menos atenção. Será
que essas manifestações
não são típicas da idade?
Antes de pensar em tomar
remédio, que tal checar como andam suas emoções,
seu sono e a vontade de sentar na cadeira e estudar? Como parte de nosso crescimento, a gente tem que
aprender a lidar com nossos
conflitos e emoções nem
sempre agradáveis.
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