São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 2008

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SEXO & SAÚDE

>> Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

O pênis encosta, e eu sinto dor

"Tenho 20, namoro há um ano, e nossa relação é muito bacana. Somos virgens! Não havíamos transado porque queria ir ao ginecologista antes. Fui ver a médica e já estou tomando anticoncepcional. Mas o problema é que sou muito sensível, e todas nossas tentativas de sexo foram um fracasso. Não houve penetração, pois, mal o pênis encosta na vagina, eu sinto dor e não consigo. A gente fica triste. A médica mandou relaxar. É psicológico? Mesmo relaxada e lubrificada não consigo! Devo tentar algum anestésico?"

BOA PERGUNTA para a gente perceber que nem sempre o corpo reage da forma que a gente gostaria no momento do sexo. Mesmo tendo uma relação afetiva estável, de intimidade e confiança, e desejando transar, algumas vezes nossas respostas podem causar surpresas e até impossibilitar o contato mais íntimo.
Os exemplos mais clássicos das surpresas na hora da transa, para a mulher, são as falhas de lubrificação e de dilatação que são causadas por insegurança, medo, ansiedade, incerteza sobre fazer sexo, entre outros. No homem, os exemplos mais comuns são a ejaculação precoce e a perda da ereção durante a transa.
Mas existe uma outra situação, em que mesmo estando aparentemente relaxada e com boa lubrificação, a mulher não consegue fazer sexo. Os especialistas chamam de vaginismo essa dor e impossibilidade de consumar o ato sexual. Em geral, acontece por uma contração intensa dos músculos da região da vagina.
A principal causa dessa dificuldade é mesmo de origem emocional (psicológica). A mulher que tem vaginismo muitas vezes não consegue nem se submeter ao exame ginecológico, por causa da dor e do desconforto. A penetração, então, fica muito complicada. Com a manutenção dessa situação, o casal se frustra, fica chateado e acaba até evitando as aproximações.
Para lidar com o vaginismo, os dois vão precisar ter cumplicidade, paciência e força de vontade. Para começar, é importante que a penetração não seja vista como prioridade. Há preliminares (brincadeiras, masturbação mútua, sexo oral) que podem trazer muito prazer, sem existir a pressão de "ter que consumar o sexo".
Além disso, é importante que a garota tenha o suporte de uma terapia. Mesmo quem está aparentemente relaxado para fazer sexo, pode estar enfrentando conflitos "interiores" que acabam interferindo na transa. Enquanto o casal vai recuperando a intimidade, é importante que os conflitos sejam trabalhados, para que mais na frente a barreira da penetração possa ser superada. Em tempo, pomadas anestésicas têm efeito muito limitado nesse tipo de situação.


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