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sexo e saúde
Namorar é conviver com alguém diferente
"Sou ateu e minha namorada é evangélica.
Nosso namoro ia bem.
Só que agora ela está
com ataques de depressão por eu não frequentar a igreja (só fui
uma vez para deixá-la
feliz). Estou sempre recusando, e ela fica
mal. Mas, se eu for,
quem vai ficar mal sou
eu. O que faço?"
JAIRO BOUER
COLUNISTA DA FOLHA
Qualquer namoro reúne pessoas diferentes.
As diferenças podem ser maiores ou menores, mas duas pessoas nunca sentem e pensam da mesma maneira.
O namoro sobrevive justamente quando os
dois percebem que, apesar das diferenças, é
bom estar juntos.
O sentimento, a emoção, a paixão ou até
mesmo o amor são ligas mais fortes do que o
contraste das diferenças.
E diferença pode ser de religião, de cor, de
classe social, de nível cultural, de idade, de nível escolar etc. Algumas diferenças são tão
grandes que podem criar verdadeiros abismos
entre os namorados. E, aí, só com muita força
para levar em frente.
Um ponto comum que se observa nos relacionamentos que dão certo é justamente a capacidade do casal de lidar com suas diferenças
e de aprender a tolerar crenças, manias, gostos,
hábitos, peculiaridades e jeitos de ser distintos.
A religião pode ser um grande empecilho na
vida de vocês? Sim, pode! Principalmente se
vocês não souberem como lidar com ela. Mas
ela também pode ser um ponto forte de união e
até de aproximação, se alguns limites forem
observados.
Por exemplo, sua namorada é evangélica e,
pelo visto, quer que você vá para o culto com
ela. Você não curte igreja. Lógico que antes você foi lá uma vez para ver de perto como funciona e poder sacar que isso não tem nada a ver
com você. Ponto para você!
E mais um ponto quando diz que não quer
abrir mão de sua decisão. Ir à igreja para você
seria uma atitude que iria deixá-lo mal. Sem
problemas!
Mas o ponto central é deixar essa lógica clara
para ela, reforçar que você não gostaria de acabar o namoro só por conta dessa diferença e
que você lida bem com o fato de a religião ser
tão importante para ela.
Ela tem de aprender também a entender o
seu ponto de vista e a perceber que o fato de você não curtir a igreja não significa que você não
goste dela.
E que, quando duas pessoas se gostam, não é
a religião que vai separá-las. O respeito
pela diferença pode
até dar uma força adicional ao namoro.
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