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São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 2003

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sexo e saúde

Namorar é conviver com alguém diferente

"Sou ateu e minha namorada é evangélica. Nosso namoro ia bem. Só que agora ela está com ataques de depressão por eu não frequentar a igreja (só fui uma vez para deixá-la feliz). Estou sempre recusando, e ela fica mal. Mas, se eu for, quem vai ficar mal sou eu. O que faço?"

JAIRO BOUER
COLUNISTA DA FOLHA

Qualquer namoro reúne pessoas diferentes. As diferenças podem ser maiores ou menores, mas duas pessoas nunca sentem e pensam da mesma maneira.
O namoro sobrevive justamente quando os dois percebem que, apesar das diferenças, é bom estar juntos.
O sentimento, a emoção, a paixão ou até mesmo o amor são ligas mais fortes do que o contraste das diferenças.
E diferença pode ser de religião, de cor, de classe social, de nível cultural, de idade, de nível escolar etc. Algumas diferenças são tão grandes que podem criar verdadeiros abismos entre os namorados. E, aí, só com muita força para levar em frente.
Um ponto comum que se observa nos relacionamentos que dão certo é justamente a capacidade do casal de lidar com suas diferenças e de aprender a tolerar crenças, manias, gostos, hábitos, peculiaridades e jeitos de ser distintos.
A religião pode ser um grande empecilho na vida de vocês? Sim, pode! Principalmente se vocês não souberem como lidar com ela. Mas ela também pode ser um ponto forte de união e até de aproximação, se alguns limites forem observados.
Por exemplo, sua namorada é evangélica e, pelo visto, quer que você vá para o culto com ela. Você não curte igreja. Lógico que antes você foi lá uma vez para ver de perto como funciona e poder sacar que isso não tem nada a ver com você. Ponto para você!
E mais um ponto quando diz que não quer abrir mão de sua decisão. Ir à igreja para você seria uma atitude que iria deixá-lo mal. Sem problemas!
Mas o ponto central é deixar essa lógica clara para ela, reforçar que você não gostaria de acabar o namoro só por conta dessa diferença e que você lida bem com o fato de a religião ser tão importante para ela.
Ela tem de aprender também a entender o seu ponto de vista e a perceber que o fato de você não curtir a igreja não significa que você não goste dela.
E que, quando duas pessoas se gostam, não é a religião que vai separá-las. O respeito pela diferença pode até dar uma força adicional ao namoro.


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