São Paulo, segunda-feira, 28 de maio de 2007

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Sexo e Saúde

Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

Preconceito masculino

"Tenho 17 e meu namorado acha que eu tenho outro porque sente que minha vagina aumentou. Mas só tenho relações sexuais com ele. Isso é possível?"

"Tenho 19 e quase morri por uma crise de alergia ao látex da camisinha. Meu namorado não acredita que isso exista. Um médico encontrou uma loja que importava camisinha de poliuretano, mas não consigo encontrar mais. O que faço?"

"Tenho 18 e meu namorado diz que a prática sexual e a masturbação podem mudar a largura e a coloração da vagina. Um homem de pênis muito grosso ou um vibrador grande podem causar alterações definitivas?"


NESTA SEMANA vamos responder a dúvidas de garotas que podem ser úteis, por tabela, para que os garotos entendam que muitos dos mitos que eles têm em relação ao sexo não fazem o menor sentido. Pior, podem ser frutos de um tremendo preconceito!
Para começar, a vagina é um órgão elástico, ou seja, ela tem a capacidade de aumentar seu tamanho durante a relação sexual para permitir a passagem do pênis. Aliás, são exatamente os mecanismos de dilatação e de lubrificação da vagina que tornam o sexo possível e prazeroso para as mulheres. Se eles não acontecem, a relação pode se tornar extremamente desconfortável.
Não faz sentido a alegação do namorado de que existe traição porque a vagina está dilatada no momento da transa. A relação está mais fácil justamente porque a garota está se sentindo mais à vontade e, provavelmente, gostando do momento em que os dois estão juntos.
A história de que a vagina está mais escura ou mais larga por causa da masturbação também é bobagem! A região genital pode ficar mais pigmentada (com mais cor) por causa da idade e da maturidade sexual. Da mesma forma que o sexo não "deforma" nem "alarga" a vagina, a masturbação também não tem esse efeito. O mesmo vale para um pênis mais grosso ou para um vibrador.
Para terminar, existe, sim, alergia ao látex das camisinhas. E é bom que os namorados saibam disso! Até pouco tempo atrás, uma alternativa eram as camisinhas femininas feitas à base de poliuretano, um tipo de plástico, que eram distribuídas no país. Mas, de alguns meses para cá, o preservativo feminino à venda também é feito à base de látex (a mesma borracha das camisinhas masculinas).
A alternativa é correr atrás de sites e de sex shops que façam a importação das camisinhas masculinas ou femininas de poliuretano. Ou, então, torcer para que alguma distribuidora ouça o apelo deste colunista e de quem sofre com a alergia ao látex e passe a trazer regularmente esse tipo de produto para o país.


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