Alvos de críticas e de preconceito, emos inspiram canção de Jorge Ben Jor

LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Inspirado nas roupas coloridas e na fama de tristonhos dos adolescentes mais amados e odiados do planeta, Jorge Ben Jor compôs a música "Emo", que está em seu novo disco, "Recuerdos de Asunción 443".
Longe da sonoridade rápida e pesada do emocore, a música segue o estilo que consagrou Ben Jor. Com bateria calminha, violão e teclado melódicos, o som não agradou muito os emos ouvidos pelo Folhateen.
"Achei hippie demais. Não estou acostumado a ouvir um som tão calmo", diz o estudante Guilherme Antunes, 16, que é emo há um ano e não conhecia nenhuma música do cantor.
"Muito paradinha", observa Gabriela Mazzotti, 14, que só ouve emo e hardcore. Já para Filipe Giovani, 16, fã de My Chemical Romance e de Granada, a canção "dá sono".
Mas, se a música não agradou, os versos simpáticos de Ben Jor conquistaram os emos.
"Achei legal porque ele fala a verdade. Tem gente que diz que emo só gosta de chorar. Mas isso é só um rótulo, não é real", alerta Filipe.
"Gosto de quando ele fala para aproveitar a adolescência. Ser emo é uma coisa muito adolescente mesmo", comenta Gabriela.
Mas Guilherme faz um alerta: "Acho que a música vai ser motivo de zoação, tanto para os emos quanto para o Jorge Ben Jor. Hoje tudo que envolve emo é motivo de zoação".
Já Renato Alves, 18, que é emo há três anos e adora as bandas Flamer e Dance of Days, critica: "Ele está só puxando o saco. Viu que [o emo] está na mídia e está querendo uma brechinha para lançar um hit novo".


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