São Paulo, segunda-feira, 28 de outubro de 2002

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SEXO E SAÚDE

"Tenho 17 anos e estou a fim da garota por quem meu melhor amigo é apaixonado. Acho que a menina também gosta dele. Mesmo morrendo de inveja, torço para que os dois fiquem juntos. Estou me sentindo um traidor.Tenho medo de ele acabar desistindo dela por minha causa. O que faço?"

Controlar emoções é difícil, mas dá para tentar entendê-las

Seu melhor amigo gosta de uma menina e ela, aparentemente, também gosta dele. Que espaço sobra para você dentro dessa história toda? Na verdade, muito pouco. Se os dois podem ficar bem (você até torce para que o namoro dê certo), para que investir?
Muitas vezes, a gente perde o controle sobre o que sente. Nosso lado emocional dá um drible no lado racional e acaba deixando a gente meio de mãos amarradas. Não dá para escolher de quem a gente vai ficar a fim. A gente fica a fim e ponto! A emoção rola e a gente não consegue controlar.
Mas um exercício interessante é tentar entender por que essas emoções aparecem. De onde elas surgem? Por exemplo, no seu caso, com tantas garotas no mundo, por que você foi ficar a fim justamente da garota do seu melhor amigo?
Já pensou nisso? Pois é! Para essa pergunta, não há uma resposta única. Mas a gente pode fazer algumas suposições. Será que, de alguma maneira, você não está querendo disputar alguma coisa com seu melhor amigo? Por que, muitas vezes, a gente tem sentimentos ambíguos em relação aos melhores amigos. Gostamos, apoiamos, confiamos, mas também comparamos, competimos e invejamos. Coisas do ser humano!
Outra possibilidade é que você, talvez, ainda não se sinta pronto para encarar um namoro. E aí o que acontece? Acaba escolhendo uma garota meio proibida, meio interditada, a garota do seu amigo!
Será que não rola um medo de encarar uma relação de verdade com uma garota? Ou ainda, será que pode ser medo de perder a amizade e a companhia do seu amigo depois que ele começar a namorar a menina?
A gente pode passar aqui o dia tentando entender o que aconteceu, sem chegar a uma conclusão. Essas emoções todas acontecem de uma maneira que nem percebemos. Que tal deixar os dois se entenderem e ver o que acontece? Contar ou não para ele o que está acontecendo é uma decisão que só você vai poder tomar! Mas, antes, pense bem se vale a pena mesmo contar ou se essa decisão não traz o risco de acabar afastando seu amigo.
P.S. - Quando você estiver lendo esta coluna, o Brasil já terá escolhido seu presidente. Se o seu candidato tiver vencido, ótimo. Cobre dele as promessas de um país mais justo para os jovens. Se seu candidato não tiver vencido, paciência. Como nosso amigo da carta de hoje, nem sempre alcançamos todos os nossos objetivos. Mas é aí que seu novo papel começa. Não adianta sentar e esperar o circo pegar fogo. O país não é o Brasil do Lula ou o Brasil do Serra. Esse é o seu país! E é você quem vai ter de exigir estudo, trabalho, saúde, justiça e segurança.


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