São Paulo, segunda-feira, 29 de agosto de 2005

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SEXO E SAÚDE É preciso respeitar opções

JAIRO BOUER

"Tenho 28 anos, estou namorando há oito meses, mas ela ainda é virgem. Apesar de termos a mesma idade, ela avisou logo no início do namoro que sexo só rolava depois do casamento. Acabei aceitando, só que agora não consigo mais esperar estou subindo pelas paredes. E ela está irredutível! Chegamos a fazer sexo oral, mas ela não libera o resto. Meus amigos me aconselharam a pular fora, mas gosto muito dela. Não quero casar agora e nem sei se seria com ela. Acho que a culpa toda é dos pais dela, que são muito quadrados."

Virgindade é um tema que sempre gera controvérsia. Por que algumas garotas já tiveram sua primeira vez antes dos 15 e outras querem se manter virgens até o dia do casamento.
Uma pesquisa do Ministério da Saúde, do final dos anos 90, já trazia essa ambigüidade. Enquanto quase um terço das garotas já tinham tido uma relação sexual completa antes dos 15, cerca de 22% das mulheres na faixa dos 16 aos 25 anos ainda eram virgens. Isso só para se ter uma idéia de como o comportamento sexual pode variar.
Sua namorada deve estar nesse segundo grupo de mulheres. Por convicções religiosas, respeito pelo jeito de pensar dos pais, medo de seguir em frente e se arrepender ou, ainda, por uma questão pessoal, muitas mulheres acabam chegando quase aos 30 sem terem feito sexo.
Se, por um lado, caiu o tabu que envolvia a necessidade da virgindade para se garantir um bom casamento, o que garantiu liberdade e direito de escolha para as brasileiras, por outro, a gente corre o risco de discriminar quem não quer ter relações e prefere se manter virgem até casar.
A primeira coisa que vem à cabeça é que uma mulher que faz esse tipo de escolha deve ter algum tipo de problema. Por que não permitir que cada uma faça as suas opções?
É fácil para seus amigos dizerem que a garota é estranha e mandarem você cair fora. Afinal de contas, eles não estão envolvidos com ela. Se você não quer casar e se ela não quer transar antes do casamento, estamos diante de um impasse.
Você, que é um cara mais experiente, não tolera mais esse comportamento dela. Pois talvez seja você quem deva começar o movimento de mudança. Ou você desenvolve um argumento bom o suficiente para fazer com que ela mude de idéia ou aprende a respeitar a decisão dela.


E-mail: jbouer@uol.com.br

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