MTV PRODUZ DOSSIÊ SOBRE A GERAÇÃO QUE NUNCA FICA DESCONECTADA

IURI DE CASTRO TÔRRES
DE SÃO PAULO

Multitarefa, louca por telas e sempre em busca de conveniência e mobilidade.
Os três conceitos acima estão entre aqueles que poderiam resumir os jovens brasileiros das classes A, B e C.
É o que revela a pesquisa Dossiê Universo Jovem, que a MTV divulga nesta quarta-feira e à qual o Folhateen teve acesso. Chamada de "Screen Generation" (geração tela, em inglês), a pesquisa traça um perfil da galera que quase não fica off-line.
Segundo Ione Mendes, coordenadora da pesquisa -que ouviu 2.000 jovens entre 12 e 30 anos em sete capitais do país e em cidades do interior de SP-, a ideia que se tinha de tecnologia como uma relação direta entre meio, aparelho e forma de distribuição não existe mais.
"Há, agora, uma busca constante por telas e por conteúdos, pouco importando o aparelho", diz Ione.
É o que acha Roxane Pirro, 15, que acessa a internet em casa e na rua. "Só fico off-line quando acaba a bateria do iPhone", diz. Para contornar o problema, ela põe o chip em outro aparelho. O smartphone fica exclusivo para Orkut, Google e Formspring.
Para Ione, a internet está cada vez mais presente na vida dos jovens. "Para eles, a internet é o mundo. Eles replicam suas vidas na rede."

PRÓS E CONTRAS
Entre as vantagens desse modelo, a coordenadora da pesquisa aponta o "acesso a um mundo de informações" e o contato com várias pessoas ao mesmo tempo.
Mas ela lembra que essa geração plugada também enfrenta desafios, como a dispersão e a dificuldade de lidar com modelos antigos, como as salas de aulas e a leituras em livros.
Geek assumido, Sérgio Willian, 17, do Rio, acha que é um erro as escolas proibirem o uso de aparelhos eletrônicos em sala de aula. "Digito muito mais rápido do que escrevo, e o computador pode ajudar em pesquisas."
Sérgio sente arrepios só de pensar em ficar longe da rede. "Quando fui para uma cidade do interior, fiquei dois dias sem me conectar e foi péssimo", lembra o garoto.
"Essa geração é ávida por novidades e muito imediatista. Mudam de ideia e de vontade apenas apertando um botão", diz Ione Mendes.

FOLHA.com

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