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Escuta aqui
Álvaro Pereira Júnior
Orkut só serve para falar
Cada vez que acontece alguma coisa importante
no Brasil e isso leva à
criação de mais uma comunidade no Orkut, me
dá uma tristeza dos diabos. Há poucos dias tivemos a lambança dos ingressos do U2, e não deu outra: surgiram dezenas de comunidades descendo a lenha nos organizadores.
Não que os organizadores não
mereçam, não é isso. É que uma comunidade dessas não serve para nada, só para as pessoas falarem, falarem... O Orkut, fenômeno social
avassalador no Brasil, presta para
que a nova geração, aquela da internet, da superdose de informação,
enverede pelo mesmo caminho de
seus bisavós. Como se faz no Brasil
há 500 anos, a molecada do Orkut
troca a prática pelo discurso.
Como já escrevi há semanas, o Orkut só conta no Brasil. Fora daqui, a
comunidade virtual que bomba
chama-se myspace.com. Ela não é
só papo-furado. Serve para muita
coisa, principalmente para músicos
novos que precisam de divulgação.
Leitores de "Escuta Aqui" que
também são músicos e entraram no
myspace.com contam histórias de
sucesso. Um deles diz que teve de
parar de adicionar amigos e chegou
a tirar do ar suas músicas mais legais, porque "aparece tanta gente
propondo parcerias que acaba gerando a maior confusão".
Outro relata: "Coloquei a minha bandinha ali sem grandes pretensões, e a coisa meio que vem saindo do controle, pro bem e pro mal. Quanta diferença da jequice dos sites de música locais e do fofoqueiro Orkut".
Enquanto isso, no Orkut, o povo fala, fala, fala...
A edição mais recente da revista inglesa "The Word" traz grande reportagem sobre o "Morning Becomes Eclectic", programa da rádio de Los Angeles KCRW
(www.kcrw.org/show/mb). O texto elogia, principalmente, o ótimo arquivo do
site do "MBE", que traz apresentações exclusivas, em áudio e vídeo, de dezenas
de bandas. O programa é apresentado por Nick Harcourt, uma espécie de guru
da cena indie americana.
Legal a revista "The Word" ter se ligado. Mais legal ainda é que você, leitor de
"Escuta Aqui", sabe do "Morning Becomes Eclectic" há muito mais tempo do
que quem lê "The Word". A coluna já deu exatamente esse mesmo toque no dia
em janeiro do ano passado, quando falou do "MBE" pela primeira vez.
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