São Paulo, segunda-feira, 30 de maio de 2011

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OPINIÃO

Ser mutante é ser diferente?

NOVO FILME DOS X-MEN EXPLORA ANGÚSTIA DE QUEM NÃO É IGUAL AOS OUTROS E SE SENTE SOZINHO

Divulgação
O charme de Magneto, no filme, vai atrair fãs tal qual metais

DIOGO BERCITO
DE SÃO PAULO

Talvez você sonhe em voar, ser invisível ou ter força descomunal. Alguns dos jovens de "X-Men: Primeira Classe", por outro lado, queriam mesmo é ser "normais".
O filme, que estreia nesta sexta-feira, conta histórias antigas da trupe de mutantes que podem desde controlar metais a ler mentes ""e mostra como pode ser difícil ser diferente das outras pessoas.
Você tem todo o direito de não se interessar por super-heróis ou por situações irreais em que um homem ergue um submarino com a mente. Mas o xis da questão em HQs como "X-Men" e em livros como "Frankenstein" e "O Médico e o Monstro" ""citados no filme"" não é a fantasia em si. Afinal, são obras que falam, também, sobre preconceito. Assim, a jornada de Mística culmina em aceitar a si mesma. Ela é azul e escamosa, mas poderia ser gorda, baixinha ou ter cabelo crespo. Pensem em como seria ir à escola, nesses casos todos.
"Sou mutante com orgulho", ela conclui, em determinado trecho do filme.
Como o orgulho gay ou o orgulho nerd. Porque são, de novo, situações de diferença. "Você não está sozinho", diz o Professor X para aliviar a angústia de Magneto.
Ser mutante é um pouco como ser gay. O feioso Fera diz, por exemplo, que nunca contou que era mutante porque nunca lhe perguntaram. O tal "Don't ask, don't tell".
É claro que você não precisa pensar em nada disso, durante o filme. Há outras distrações, entre efeitos especiais convincentes e cenas de ação bem coreografadas.
E, se você cresceu assistindo ao desenho ou lendo os gibis, que tal ver o Professor X antes de ele perder o cabelo e o movimento das pernas, enquanto xaveca menininhas e bebe cerveja no funil?


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