São Paulo, segunda-feira, 30 de julho de 2007

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Tremo quando os encontro

ESPECIAL PARA A FOLHA

Todos queríamos ser tropicalistas. Hippies, rockers, um garoto como eu, que amava os Beatles e os Rolling Stones, teve que esperar até a adolescência para entender o caminhão de referências que esse disco despejava em nossos sentidos. Em meu CD "Rock Popular Brasileiro" (1996), inclui "Baby" como marco zero do que se poderia chamar de um rock bastardo. A frase "você precisa aprender inglês" acabou me levando a morar em Londres, como Caetano e Gil. Não por acaso o RPM regravou "London London" em 1986.
Como jornalista, pude entrevistar Caetano aos 18 anos e pedir seu autógrafo numa bolsa riponga de couro cru que eu usava na época. Acabei ficando seu amigo. Alguns anos depois, Gil me deu de presente seu baixo Hofner, aquele do beatle Paul, que reverencio como a um deus.
Cantei com Rita Lee o tema do filme "Doida Demais", de Sérgio Rezende, em 1989, e até hoje tremo como vara verde quando me vejo diante desses ícones. Nesses dias de baixíssima auto-estima, nada melhor do que esse CD para nos lembrar que um dia fomos jovens, ousados e com planos utópicos e idealistas para mudar o Brasil. Será que os sonhos não envelhecem?


PAULO RICARDO foi jornalista musical antes de se tornar astro de rock


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