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Moda tropicalista é geléia geral
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Não foi à toa que a turma da
tropicália se tornou ícone fashion de seu tempo e influencia
o povo da moda até hoje.
Caetano e sua turma esbanjaram atitude ao misturar peças inspiradas nos parangolés
de Hélio Oiticica, na psicodelia
das estampas de Emilio Pucci,
nas batas indianas e nos elementos da cultura hippie.
"A moda também foi tropicalizada. Basta olhar a capa do
disco "Tropicália" para constatar que aquelas roupas e acessórios ainda estão nas ruas",
diz Amnon Armoni, coordenador dos cursos de pós-graduação em moda da Faap. "Há
tempos a moda vive de leituras
de décadas passadas. Os tropicalistas trouxeram algo que
sempre vai inspirar os designers".
É o caso da estilista Carol
Martins, da grife Madalena. A
principal marca de suas coleções são as flores gigantes que
estampam tecidos leves e confortáveis, bem semelhantes aos
kaftans usados por Gilberto Gil
ou às capas de Rita Lee.
"Eu vivi o tropicalismo! Morei numa comunidade alternativa, ouvi muito esses discos",
diz Carol. "O que acho mais bacana é que eles não se prendiam à moda hippie. Como na
música, faziam no jeito de se
vestir uma geléia geral", completa. A carioca Helô Rocha, da
grife Têca, foi outra que acreditou na tropicália para criar sua
coleção verão-2008.
Nem a alta costura escapou
do movimento. As famosas coleções da Rhodia das décadas
de 60 e 70 já traziam os coloridos e os florais com perfume
tropicalista. O acervo permanente do Masp tem 82 vestidos
dessa época, dos quais 15 foram
emprestados para a exposição
no Rio.
(DOLORES OROSCO)
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