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música
Stripes continuam barulhentos e originais
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
Três semanas foi o tempo
que Jack e Meg White
levaram para gravar
"Icky Thump", seu sexto álbum
-e isso porque ele foi o mais
demorado de todos.
Tão impressionante quanto
conseguirem fazer um grande
álbum nesse esquema minimalista (guitarra e bateria) e a jato
é a capacidade do White Stripes
de não soar como um pastiche
de si mesmo à medida que sua
carreira evolui.
São raros os casos de sonoridades que soam derivadas de
canções do passado, como em
"300 M.P.H. Torrential Outpour Blues". A maioria das novas faixas não é apenas original,
mas difícil de descrever -o que
é o caos marcial da ótima "Little Cream Soda", por exemplo?
Outra marca registrada do
grupo, as covers matadoras para canções obscuras (vide "Jolene"), continua no novo álbum, com a divertida "Conquest" e seu toque mariachi.
Aqui há também mais das experiências com novos instrumentos que a banda vem fazendo há dois discos -a bola da vez
é a gaita de foles, presente em
"Prickly Thorn, but Sweetly
Worn" e em "St. Andrews".
Não que a banda seja unânime -Meg, em particular, é
muito criticada por suas supostas limitações como baterista, e
a importância que o duo dá para sua identidade visual às vezes parece ser só marketing.
Mas é admirável que a dupla
tenha feito tanto com tão pouco, em dez anos de existência. E
quem os viu ao vivo em alguma
das duas ocasiões em que estiveram no Brasil sabe que eles
seguram a onda no palco também. Superem isso, Arctic
Monkeys!
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