São Paulo, segunda-feira, 30 de agosto de 2004

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SEXO

Informação miúda

Fabricantes da pílula do dia seguinte dizem que o remédio não deve ser adotado como um anticoncepcional de rotina

DA REPORTAGEM LOCAL

Na bula das diferentes marcas de pílula do dia seguinte, estão frases como: "Não protege contra doenças sexualmente transmissíveis", "Não deve ser utilizado como método anticoncepcional de rotina" e "Este produto é um novo medicamento e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança, podem ocorrer reações adversas imprevisíveis, ainda não descritas ou conhecidas."
Está lá, mas raramente as pessoas lêem a bula -quando lêem, dificilmente seguem todas as recomendações. Mas os próprios laboratórios que fabricam a pílula do dia seguinte afirmam que ela não deve substituir os métodos contraceptivos regulares.
"Ela é indicada apenas em situações nas quais há suspeita de falha do método contraceptivo normalmente utilizado, como ruptura ou deslocamento do preservativo (...), relação sexual desprotegida em momento de uso incorreto da pílula anticoncepcional rotineira ou em casos de coito sem proteção por nenhum método contraceptivo", disse o Aché Laboratórios, um dos fabricantes, por meio de sua assessoria.
A gerente de Marketing Institucional do Grupo EMS Sigma Pharma, Debora Mori, também ressaltou que o produto deve ser utilizado apenas para situações emergenciais, conforme o descrito na bula. "Além disso, em todas as ligações feitas ao nosso SAC, indicamos que a pessoa procure um médico para orientá-la."
A Libbs Farmacêutica preferiu não dar declarações. O médico indicado pelo laboratório, Rogério Bonassi Machado, professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí, disse: "Os ginecologistas têm um papel de extrema importância na hora da escolha do método contraceptivo de suas pacientes, principalmente as adolescentes, já que grande parte delas não discute o problema com os pais. A pílula do dia seguinte também deve ser apresentada às pacientes, mas com a ressalva de que deve ser utilizada somente em emergências, como casos de violência sexual ou falhas de outros métodos."
Desde maio, o Ministério da Saúde está distribuindo pílulas do dia seguinte para jovens. Já foram distribuídas 14 mil cartelas para 99 serviços de referência de atenção à saúde do adolescente e de vítimas de violência sexual. O objetivo é diminuir os altos índices de gravidez na adolescência. (AK)

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