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SEXO & SAÚDE
JAIRO BOUER - jbouer@uol.com.br
Juventude e cigarros: proximidade perigosa
NA ÚLTIMA SEMANA, o resultado de uma pesquisa
Datafolha, publicada aqui
na Folha, mostrou que, na
cidade de São Paulo, 70%
dos pontos de venda dos derivados de tabaco ficam a
até três quarteirões de distância de alguma escola.
Em dois terços dos estabelecimentos visitados, a
propaganda do cigarro
(cartazes e painéis) era visível para os jovens. Quanto
mais perto da escola, mais
forte era a exposição.
Pergunta 1: Você acha
que a exposição à propaganda do cigarro e a proximidade do jovem com o tabaco aumenta ou diminui a
chance de ele fumar?
Pergunta 2: Você tem
ideia da idade com que a
maior parte dos adultos fumantes iniciou seu contato
com o cigarro?
Se você apostou que a
propaganda pode influenciar o comportamento e facilitar o acesso ao cigarro e
que 90% dos adultos começaram a fumar antes dos 15,
acertou as duas respostas!
Será mera coincidência o
resultado? Essa história me
fez lembrar de um trabalho
que realizei há alguns anos
em uma cidade do Rio Grande do Sul, onde a indústria
do fumo é muito forte.
Fui contratado para falar
com a população jovem sobre saúde e prevenção. Só
uma recomendação: evitar
falar de cigarro! Claro que
fui e, óbvio, que, no meio da
apresentação, falei dos riscos do fumo. Não dá para
perder uma oportunidade
como essa, não é?
Com o número de fumantes caindo no mundo desenvolvido e entre a população
adulta, os mercados mais
"atraentes" passam a ser os
países em desenvolvimento
e a população jovem, mais
vulnerável aos apelos do cigarro e com maior potencial
de dependência.
Se você não teve contato
com cigarro, o ideal é que
evite ou que adie para quando for mais velho e puder
avaliar melhor riscos e consequências. Se já fuma, saiba que parar sozinho é complicado. Talvez precise de
ajuda e de medicamentos.
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