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DESFILE
Evento no Sesc Pompéia apresenta trabalhos de criadores recém-formados
Vitrine para as novas caras da moda
ADRIANA FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os olheiros de moda vão desviar suas
atenções das modelos para os que estão por trás da parafernália que rola nos
bastidores de um desfile. Vitrine para
novos estilistas, joalheiros, marqueteiros
e fotógrafos, entre outros profissionais
envolvidos com a moda, o Naturaformandomoda acontece de 3 a 6 de abril,
no Sesc Pompéia, em São Paulo.
A terceira edição do projeto traz 157 recém-formados de 18 faculdades reunidos em três frentes: desfiles eletrônicos e
na passarela, além de uma exposição
com jóias, acessórios e fotografias.
"Comprei a causa para ajudar os profissionais a serem absorvidos pelo mercado", explica Betty Prado, 39, idealizadora e diretora geral do evento. "Há dez
anos, existia apenas uma faculdade com
o curso; hoje, são 25", diz Prado.
Não é de estranhar que tanta gente
queira fazer moda. Além de atraídos pelo
glamouroso mundo fashion, os novatos
encontram espaço em uma indústria
que, segundo dados da Abit (Associação
Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), é a sétima maior produtora têxtil
do mundo com um faturamento em
2002 de cerca de US$ 22 bilhões.
A nota no trabalho de conclusão do
curso de graduação definiu os 16 jovens
estilistas que participam do desfile na
passarela, cada um mostrando dez looks.
Para muitos, como Fabiana Tamashiro, 21, ex-aluna da Anhembi Morumbi,
esta será a estréia no mundinho. Ela
apresenta uma coleção inspirada na história de seus avós, imigrantes japoneses
que chegaram a bordo do navio Rio de
Janeiro Maru, em 1934.
Tamashiro faz uma inusitada ligação
entre seus antepassados e uma gangue
de adolescentes japonesas chamada
Ganguro, de meninas bronzeadas, com
cabelos descoloridos e montadas em sapatos plataforma. Desenhos orientais e
cores quentes estampam saias, blusas e
vestidos confeccionados em seda e com
quimonos descosturados seguindo uma
história dos tempos da imigração. "Uma
senhora me contou que os japoneses deveriam estar vestidos com roupas ocidentais ou então precisavam transformar seus quimonos", explica.
Uma curiosa diversidade de temas e estilos marca a nova geração de criadores.
Jesus Cristo, por exemplo, foi o escolhido
para ilustrar a coleção Sanctus, de Crislaine Isbaex, 21, da Unirp de São José do
Rio Preto.
Ela criou peças feitas em sarja e gaze
branca e com desenhos do pintor espanhol El Greco (1541-1614) respingados de
"sangue". A boa sacada são as sobreposições e diversos botões de pressão que
permitem que a pessoa monte a roupa.
Érika Saito, 21, da Unip, costurou ela
mesma a maior parte dos looks de sua
coleção de inverno inspirada no clássico
"Frankenstein". O preto, o roxo e o vermelho predominam em casacos, jaquetas, coleiras, cintos em renda, musselina,
telas, entre outros materiais.
Para os que estão fora da passarela, a
chance de mostrar a cara é no desfile eletrônico, que tem 80 formandos. Márcia
Bittencourt, 22, da Unifacs, de Salvador,
terá algumas de suas divertidas calcinhas
e camisetas, com desenhos e frases picantes, exibidas durante os quatro dias.
O desfile na passarela abre o evento no
dia 3, às 20h. De 4 a 6 acontecem palestras e workshops de assuntos como planejamento de coleções, marketing, maquiagem, como fazer um fanzine de moda e música eletrônica. Os interessados
em participar devem se inscrever pelo telefone 00/xx/11/3871-7700. O Sesc Pompéia fica à rua Clélia, 93, Lapa.
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