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São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2003

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GAME ON

Bombardeios reais causam mais estragos

ANDRÉ VAISMAN
FREE-LANCE PARA A FOLHA

E m tempos de invasão ao Iraque, vale a pena virar os olhos para jogos de guerra. Eles existem desde que o videogame passou pelo "Pong". Quem não lembra do jogo onde aviões bombardeiam cidades e você, com um canhão antiaéreo, tenta destruir mísseis? De lá para cá, foram várias batalhas reais e virtuais.
A diferença é que, hoje, com a guerra ao vivo na TV, os programadores têm de criar jogos extremamente realistas pois qualquer coisa a menos será vista como velha ou malfeita.
Dos dez mais vendidos nos EUA entre 23 de fevereiro e 1º de março, cinco são games de guerra. Em primeiro lugar vem o lançamento "Command & Conquer: Generals", da Electronic Arts, e em décimo vem "Medal of Honor: Allied Assault Spearhead", da mesma Electronic Arts.
Em meio a isso, as Lan Houses ganham dinheiro com jogadores em rede matando seus inimigos ou uns aos outros. Aí sempre aparece um intelectual ou educador ou sociólogo para dizer que uma coisa leva à outra: quanto mais jogos de guerra maior a violência entre os usuários. Será mesmo?
Será que alguém que joga um game de guerra vai sair dando tiros nas ruas? Ou ainda que o moleque que vara a noite jogando "Pac-Man" vai sair por aí atacando frutinhas e fugindo de fantasmas.
É claro que chega a ser chocante ver tantos jogos de guerra entre os mais vendidos, mas me parece muitíssimo mais terrível abandonar o game e bombardear cidades históricas, além de civis.


Colaborou Fabio Silva
gameon@folha.com.br


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