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GAME ON
Bombardeios reais causam mais estragos
ANDRÉ VAISMAN
FREE-LANCE PARA A FOLHA
E m tempos de invasão ao Iraque, vale a
pena virar os olhos para jogos de guerra. Eles existem desde que o videogame
passou pelo "Pong". Quem não lembra
do jogo onde aviões bombardeiam cidades e você, com um canhão antiaéreo,
tenta destruir mísseis? De lá para cá, foram várias batalhas reais e virtuais.
A diferença é que, hoje, com a guerra
ao vivo na TV, os programadores têm de
criar jogos extremamente realistas pois
qualquer coisa a menos será vista como
velha ou malfeita.
Dos dez mais vendidos nos EUA entre
23 de fevereiro e 1º de março, cinco são
games de guerra. Em primeiro lugar vem
o lançamento "Command & Conquer:
Generals", da Electronic Arts, e em décimo vem "Medal of Honor: Allied Assault
Spearhead", da mesma Electronic Arts.
Em meio a isso, as Lan Houses ganham
dinheiro com jogadores em rede matando seus inimigos ou uns aos outros. Aí
sempre aparece um intelectual ou educador ou sociólogo para dizer que uma coisa leva à outra: quanto mais jogos de
guerra maior a violência entre os usuários. Será mesmo?
Será que alguém que joga um game de
guerra vai sair dando tiros nas ruas? Ou
ainda que o moleque que vara a noite jogando "Pac-Man" vai sair por aí atacando frutinhas e fugindo de fantasmas.
É claro que chega a ser chocante ver
tantos jogos de guerra entre os mais vendidos, mas me parece muitíssimo mais
terrível abandonar o game e bombardear
cidades históricas, além de civis.
Colaborou Fabio Silva
gameon@folha.com.br
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