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MÚSICA
Avril Lavigne, 19, vira ídolo teen no planeta todo e afirma cantar só o que pensa e faz
Descomplicada
Divulgação
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Avril Lavigne, 19, que diz preferir conservar a integridade a fazer uma propaganda de refrigerante |
CRAIG McLEAN
DO "INDEPENDENT"
A última vez em que a vimos, ela
estava promovendo o álbum
de estréia, "Let Go", com seus
grandes sucessos paradigmáticos
da condição teen, "Complicated"
e "Sk8er Boi". Hoje, dois anos e 14
milhões de discos vendidos mais
tarde, "Under My Skin", o novo
CD de Avril Lavigne, 19, é mais
ousado, cheio de vocais diretos,
guitarras açucaradas e expressões
de revolta teen contra garotos inúteis.
Avril não começou como garota
skatista pop-grunge, vestindo capuz e boné de beisebol. Ela cresceu em Napanee (5.000 habitantes), no Canadá, filha do meio de
um casal de batistas devotos.
Aos 16 anos, Avril se mudou para Nova York, para tentar fechar
contrato com uma gravadora. Assinou com a Arista e foi a Los Angeles, onde acabou por trabalhar
com o trio de produtores The Matrix. Segundo eles, Avril escreveu
apenas uma ou outra palavra do
hit "Complicated". Ela nega.
Avril deixa transparecer que está animada pelo fato de o primeiro single do álbum, "Don't Tell
Me", ser uma canção composta
quase exclusivamente por ela,
quando tinha 17 anos, depois de
gravar -mas antes de lançar-
"Let Go". "Isso mostra que sou
compositora", ela afirma, numa
manifestação rara de entusiasmo.
"Afinal, essa canção está sendo tocada nas rádios, e eu a compus só
com a ajuda de Evan, que fez apenas a parte da guitarra", diz.
Com 17 anos, ela virou ídolo de
uma geração feminina que não se
identifica com artistas que cantam
de microssaia ou enroladas com
cobras. "Eu não me sentiria à vontade no palco só de sutiã e calcinha", diz Avril. "Essa coisa de poses sexies não é comigo. Gosto de
passar a imagem da pessoa que realmente sou. É isso o que faço."
Assim, Avril fez pelo uso de gravatas por garotas adolescentes o que os
Strokes fizeram pelo mesmo acessório entre os garotos indies. Seu pendor por roupas folgadas de skatista
ajudou a transformá-las em uniforme mundial, um descanso da sensualidade submissa manifestada por
praticamente todas as outras cantoras. Os fãs reagiram com devoção total. "É porque escrevo sobre o que eu
vivo e porque as pessoas da minha
idade sabem do que estou falando."
É estranho ver pessoas que se vestem igual a você? "É tão engraçado",
diz ela, como se fosse a coisa menos
engraçada do mundo. "Não penso
muito sobre isso. As coisas só aconteceram no ano passado."
E se a Pepsi lhe oferecesse dinheiro,
como fez com Britney, Beyoncé e
Pink, outras mulheres supostamente
independentes? "Não! Já recebi toneladas de ofertas. Eu poderia ter ganho rios de dinheiro assim. Mas prefiro conservar minha integridade."
Tradução de Clara Allain
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