São Paulo, segunda-feira, 31 de maio de 2004

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MÚSICA

Avril Lavigne, 19, vira ídolo teen no planeta todo e afirma cantar só o que pensa e faz

Descomplicada

Divulgação
Avril Lavigne, 19, que diz preferir conservar a integridade a fazer uma propaganda de refrigerante


CRAIG McLEAN
DO "INDEPENDENT"

A última vez em que a vimos, ela estava promovendo o álbum de estréia, "Let Go", com seus grandes sucessos paradigmáticos da condição teen, "Complicated" e "Sk8er Boi". Hoje, dois anos e 14 milhões de discos vendidos mais tarde, "Under My Skin", o novo CD de Avril Lavigne, 19, é mais ousado, cheio de vocais diretos, guitarras açucaradas e expressões de revolta teen contra garotos inúteis.
Avril não começou como garota skatista pop-grunge, vestindo capuz e boné de beisebol. Ela cresceu em Napanee (5.000 habitantes), no Canadá, filha do meio de um casal de batistas devotos.
Aos 16 anos, Avril se mudou para Nova York, para tentar fechar contrato com uma gravadora. Assinou com a Arista e foi a Los Angeles, onde acabou por trabalhar com o trio de produtores The Matrix. Segundo eles, Avril escreveu apenas uma ou outra palavra do hit "Complicated". Ela nega.
Avril deixa transparecer que está animada pelo fato de o primeiro single do álbum, "Don't Tell Me", ser uma canção composta quase exclusivamente por ela, quando tinha 17 anos, depois de gravar -mas antes de lançar- "Let Go". "Isso mostra que sou compositora", ela afirma, numa manifestação rara de entusiasmo. "Afinal, essa canção está sendo tocada nas rádios, e eu a compus só com a ajuda de Evan, que fez apenas a parte da guitarra", diz.
Com 17 anos, ela virou ídolo de uma geração feminina que não se identifica com artistas que cantam de microssaia ou enroladas com cobras. "Eu não me sentiria à vontade no palco só de sutiã e calcinha", diz Avril. "Essa coisa de poses sexies não é comigo. Gosto de passar a imagem da pessoa que realmente sou. É isso o que faço."
Assim, Avril fez pelo uso de gravatas por garotas adolescentes o que os Strokes fizeram pelo mesmo acessório entre os garotos indies. Seu pendor por roupas folgadas de skatista ajudou a transformá-las em uniforme mundial, um descanso da sensualidade submissa manifestada por praticamente todas as outras cantoras. Os fãs reagiram com devoção total. "É porque escrevo sobre o que eu vivo e porque as pessoas da minha idade sabem do que estou falando."
É estranho ver pessoas que se vestem igual a você? "É tão engraçado", diz ela, como se fosse a coisa menos engraçada do mundo. "Não penso muito sobre isso. As coisas só aconteceram no ano passado."
E se a Pepsi lhe oferecesse dinheiro, como fez com Britney, Beyoncé e Pink, outras mulheres supostamente independentes? "Não! Já recebi toneladas de ofertas. Eu poderia ter ganho rios de dinheiro assim. Mas prefiro conservar minha integridade."


Tradução de Clara Allain

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