São Paulo, sábado, 5 de março de 2011

carnaval

Geração de bambas

Crianças herdam da família o amor pelo samba e pela escola

Fotos Marcos Michael/Folhapress
Iury e seu pai, o mestre Burunga, da Mocidade Independente

ANNA CAROLINA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

No Rio de Janeiro, onde as escolas de samba foram criadas, há crianças que já nascem sambando. Elas dão os primeiros passos nas versões mirins das escolas que desfilam na Marquês de Sapucaí.
Algumas crianças, quando têm idade suficiente, ainda encaram uma segunda rodada na avenida, desfilando nas escolas oficiais, aquelas que aparecem na TV.
É o caso do passista Davi de Souza, 10, que herdou da família a paixão pela Mangueira. Ele vai estrear na passarela com o grupo dos adultos neste ano. Mas, desde pequeno, ele frequentava os ensaios da verde e rosa com a avó, que era passista.
Fôlego, Davi já provou que tem: faz aula de dança de salão e de rua, capoeira e sapateado. "Não quero fazer da dança minha profissão, mas quero dançar profissionalmente."

Nos passos do samba
A passista Jamile Casemiro, 8, cresce ao som das rodas de samba que acontecem no bar do avô Jorge Calça Larga, 77, filho de um dos fundadores do Salgueiro. O pai da menina, Joelmo Casemiro, 39, é diretor de harmonia (cuida para que as pessoas desfilem direito e no tempo) da escola.
Hoje, Jamile participa da Aprendizes do Salgueiro. E diz que treina bastante para desfilar na escola dos adultos quando fizer dez anos. Falta pouco!

Batuque de pai para filho
Quando a Mocidade Independente de Padre Miguel entrar na avenida neste ano, Iury dos Santos, 10, vai fazer sua estreia na bateria adulta. E tocando caixa, um instrumento de percussão que o avô dele tocava e o pai toca. O samba faz parte da história da família. O bisavô de Iury foi fundador de uma escola de samba. A avó era porta-bandeira. O pai do garoto, mestre "Burunga", comanda hoje a bateria infantil.

Quadra vira quintal
A quadra da Portela é o quintal das primas Mariana, 6, e Sara Bernardo, 6. Elas estão sempre por lá enquanto a família ensaia. A mãe de Mariana, Cristiane Bernardo, 28, foi mascote da ala das baianas. A avó das meninas, Jane de Araújo, é chefe da ala das baianas. E a bisavó delas também já foi baiana e passista.
Passista, aliás, é o que a Mariana quer ser. Mas, por enquanto, ela e sua prima desfilam como cabrochas da Filhos da Águia.

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