bienal
Memórias na estante
Assim como você, os escritores também têm livros que os marcaram; saiba quais
são eles
BRUNO MOLINERO E GABRIELLA MANCINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
MARTHA LOPES
DE SÃO PAULO
Na 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, olhares atentos se encontram
à procura de boas histórias. De 13 a 22 de agosto, leitores, ilustradores e
escritores estarão cercados por livros.
Muitas dessas obras marcarão a vida de seus leitores, que as levarão para
sempre na memória. Um personagem que se parece com você, uma história que
adoraria ter vivido, uma ilustração impressionante: são vários os motivos que um
livro tem para se tornar inesquecível.
Conversamos com alguns escritores que estarão na Bienal para saber que livros
marcaram sua infância. Leia:
Ana Maria Machado
Um dos livros que mais me marcou foi "Reinações de Narizinho", do Monteiro
Lobato. A grande diferença do Lobato é que ele escrevia como as pessoas falavam.
Além disso, o ambiente cotidiano e a mistura da realidade com a fantasia, tão
presentes nos livros dele, também estão nos meus.
Ana Maria Machado é autora de livros como "Bisa Bia, Bisa Bel".
Mauricio de Sousa
Meus pais sempre traziam gibis e livros para casa. "Brucutu", "Dick Tracy",
"Spirit", "Capitão Marvel", "Ferdinando" e "Corto Maltese" foram meus quadrinhos
na infância. Mas logo senti que só os quadrinhos não bastavam. Comecei a ler
livros do Monteiro Lobato e do Machado de Assis.
Mauricio de Sousa é o pai da Mônica e tem mais de 50 anos de carreira.
Eva Furnari
Minha mãe dava importância para os livros, contava histórias, o que acho que faz
muita diferença. Um dos livros que mais me marcou foi "Nuove Novelle" [novas
novelas], de Hans Christian Andersen. Essa coisa da fantasia influenciou a minha
obra.
A ilustradora e escritora Eva Furnari criou sua personagem Bruxinha aqui nas
páginas da Folhinha.
Rubem Alves
Comecei a ler quando meu pai perdeu todos os bens e tivemos que nos mudar para o
interior. Eu me divertia correndo e lendo muito. Mas os livros que li na
infância não influenciaram minha obra. Um deles foi o almanaque do Jeca
Tatuzinho, de Monteiro Lobato. Tem também o "Tartarin de Tarascon", de Alphonse
Daudet, um dos melhores que li até hoje.
Rubem Alves escreveu livros como "A Pipa e a Flor", que foi adaptado para o
teatro e até encenado em Portugal.
Ruth Rocha
Um livro que marcou minha infância foi "Reinações de Narizinho", o primeiro da
série do Sítio do Picapau Amarelo que eu li. Acho que a minha obra tem muita
influência do Monteiro Lobato, penso muito como ele. Porque é com ele que entra
o humor na literatura.
Ruth Rocha é autora de "Marcelo, Marmelo, Martelo", que vendeu mais de 1 milhão
de cópias.
Ziraldo
Minha infância foi povoada de quadrinhos! Consegui guardar toda a minha
coleção das "Edições Maravilhosas" -com a qual iniciei minha descoberta na
literatura. Li Monteiro Lobato, Viriato Correia e um autor mineiro chamado
Clemente Luz. Meus verdadeiros amigos de infância, porém, foram Batman, Super-
Homem, Capitão América e outros.
Ziraldo é o criador da Turma do Pererê e do Menino Maluquinho.
Pedro Bandeira
"Reinações de Narizinho" me marcou e, além disso, Narizinho foi minha primeira
namorada... Creio que tentei "imitar" o processo construtivo do livro na minha
primeira obra, "O Dinossauro que Fazia Au-Au". Confesso outro professor: o
cinema, com a rapidez dos roteiros e dos cortes.
Pedro Bandeira escreveu "O Fantástico Mistério de Feiurinha", que virou filme
estrelado por Xuxa.
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