São Paulo, sábado, 9 de outubro de 2010

Minha infância

POR TATIANA BELINKY

Da "minha infância querida"
Distante, mas nunca esquecida
Falar é saudoso,
Porém delicioso
Delícia por toda a vida

Passar sobre as pontes do rio,
Gelado nos meses do frio,
Boneco de tão breve
De bolas de neve
Patins, trenó, frio, é um desafio

E a primavera bem-vinda
Florida e sempre tão linda
Toda a natureza
Perfume e beleza
Deveria até ser infinda

No verão, vêm as férias na areia
Dunas brancas, o mar, maré cheia,
Pras crianças
Ondas mansas
Pinheirais, em longa cadeia

No outono, é outro evento
Voam folhas quais flores no vento
Refresca, chove
Tudo se move
Não dá mais pra andar ao relento

De brincar com e como criança
Minha infância interna não cansa
Eu vou até cem
Se tudo for bem
Ainda não perdi as esperanças

TATIANA BELINKY, 92, já escreveu dezenas de livros para crianças. Nasceu em São Petersburgo, na Rússia, "só porque os pais estavam de passagem", mas passou parte da infância na Letônia e veio para o Brasil aos dez anos. As estações do poema são dos tempos na Letônia, onde adorava os verões no mar Báltico.

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