| São Paulo, sábado, 20 de novembro de 2010 |
Se tem tambor largado num canto, tem menino batucando em São Cristóvão. Os tambores vieram na memória dos africanos. Aqui seus sons se espalharam e ecoam em brincadeiras como o jongo, que também mistura dança e cantoria.
"Nosso povo antigo falava que os escravos brincavam o jongo quando os senhores estavam nos banquetes. Como não podiam participar, eles cá faziam a brincadeira", diz Sebastião do Nascimento, o Seu Bibi.
Na região, o jongo é batizado com nome de santo. Foi numa promessa a santo Antônio que o tio de Seu Bibi criou o jongo de lá. Então, no dia 13/6, ele fazia uma festança. O povo cantava e dançava noite adentro.
Um dia o tio morreu e o jongo ficou esquecido. Mas, de uns anos para cá, os mais velhos estão resgatando a tradição e até as crianças caem na brincadeira. É um jeito de essa história nunca ter fim.
"Me dá o bico, meu louro; me dá o pé, papagaio
Tirando a fruta madura, deixando a verde no galho"
Versos cantados no jongo.
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