São Paulo, sábado, 22 de outubro de 2011

capa

Guardar o mundo

Cada peça é um pedacinho de memória, dizem colecionadores

DANIEL ANTÔNIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Colecionar é uma arte antiga. De tão importante, até inventaram um lugar chamado museu para colocar as coleções mais bacanas. Mas colecionar é também uma maneira de fazer arte e se divertir. O objeto colecionado não precisa ser valioso como um quadro de Picasso. Uma coleção pode ser feita de coisas aparentemente sem valor, como figurinhas, lacres, fotos e até, por que não, memórias. João Vitor Caram, 12, já colecionou tudo isso, além de brinquedos que ele fez. "Já quis ser inventor", conta. "Hoje quero ser artista."
Não é à toa que sua coleção preferida é uma poética caixa cheia de lembranças. Lá ele coloca objetos como um recado do melhor amigo, ou um relógio que o avô lhe deu pouco antes de morrer. Colecionar é uma forma de "aprender a organizar o mundo e desenvolver a lógica", diz Cristiano Gomes, professor do departamento de psicologia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Assim, o colecionador sente que o mundo, ou boa parte dele, cabe em algum canto do seu quarto.

Paixão nacional
Leonardo Kuhn, 6, tem mais de 40 camisas de uniforme. Sua preferida é a do Barcelona porque ele é fã do Messi. "Comprar essas camisas é uma oportunidade de conhecer mais times", diz. Uma das camisetas ele ganhou do jogador Adriano, do Santos. Tem autógrafo de todo o time! O que Leo quer ser quando crescer? Jogador de futebol!

No meio do caminho...
Tinha uma pedra. Foi o que aconteceu com Leonardo André Lopes, 11, quando ele tinha seis anos. Encontrou uma pedra, gostou, pegou mais algumas e decidiu colecioná-las. "Tenho mais de 500 pedras, mas queria ter 500 mil." O futuro geólogo gosta de pedras antigas e com texturas diferentes.

O avô das coleções
No século 16, importantes europeus guardavam suas coleções em um lugar chamado gabinete de curiosidades. O material era trazido de vários cantos do mundo pelos navegadores. No gabinete havia coisas bem diferentes, como ossos, insetos e até sangue seco de dragão!

Coleção em dupla
Há quem colecione até pontas de lápis! Helena Lombardi, 8, tem mais de cem guardadas em uma caixa. Ela divide a coleção com a melhor amiga, e as duas se revezam como guardiãs do tesouro. "Gostei desta coleção porque é diferente", conta.

CLIQUE AQUI!
Quando criança, o biólogo Charles Darwin não podia ver um inseto que pegava para sua coleção. Em www.folha.com.br/folhinha, conheça outras coleções da infância de personalidades.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Folha Online. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página
em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha Online.