São Paulo, sábado, 25 de agosto de 2012

Ouvido bem aberto

DANIELI HALOTEN
ESPECIAL PARA A FOLHA

Nasci com uma doença nos olhos, por isso, para ver TV, tinha que chegar bem pertinho. Sempre adorei televisão. Meu maior ídolo era a Xuxa.
Também gostava das histórias em quadrinhos. Minha preferida era a "Turma da Mônica". Mas não conseguia enxergar letras pequenas, então o meu pai lia para mim.
Cresci e fiquei cega. Assisto à televisão com os ouvidos bem abertos. Sei o que acontece pelo tom da voz, pelos barulhos e pelas músicas. Quando fico em dúvida, peço para quem enxerga descrever a cena.
Já trabalhei como repórter, apresentadora e atriz, na novela "Caras & Bocas" (2009/10). Decorava as falas em braille e usava um programa especial para me comunicar com fãs pela internet. Tem gente que acha que não vemos TV e não investe em tecnologia pensando em nós.
Tenho dificuldade com DVDs cujos menus diferem do padrão e que não têm indicação sonora.

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