|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUVEST
Dados dos últimos quatro vestibulares apontam tendências para a primeira fase
Segunda prova acontece domingo
free-lance para a Folha
Acontece no domingo (6/12) a
segunda prova da primeira fase
da Fuvest. Os candidatos respondem a 80 testes: 20 de geografia,
20 de história, 20 de biologia e 20
de matemática. O exame tem início às 13h30, e os vestibulandos
só poderão deixar a sala a partir
das 16h (confira quadro abaixo).
O vice-diretor da Fuvest, José
Atílio Vanin, recomenda aos vestibulandos que não se assustem
com o tamanho das questões.
"Leia tudo com atenção, uma leitura cuidadosa já encaminha o
candidato para a resposta certa."
Segundo Vanin, o índice de
abstenção costuma aumentar na
segunda prova. "Historicamente, ele varia entre 2% e 4% no primeiro dia e entre 4% e 8% no segundo. Este ano não deve ser
muito diferente."
As listas dos aprovados para a
segunda fase e dos locais de exame serão divulgadas em 23/12.
As provas da segunda fase acontecem entre os dias 3/1 e 7/1 e as
de habilidades específicas, de 5/1
a 8/1. A primeira chamada dos
aprovados será divulgada no dia
5/2, e a matrícula deve ser feita
entre os dias 8/2 e 9/2.
Este é o quinto ano de vestibular em que as notas da primeira
fase são somadas às da segunda
para a composição da média final. A Fuvest realizou um levantamento das primeiras etapas
desse período, e os números obtidos apontam algumas tendências importantes.
Quando há aumento do número de inscritos há também o crescimento do número médio de
acertos (confira quadro ao lado)
e, consequentemente, da nota de
corte. Em comparação com 98, a
Fuvest teve este ano uma queda
de 0,13% nas inscrições, mas o
candidato não deve se animar.
"Este ano a nota de corte deve
subir por volta de um ou dois
pontos. Percebemos que nestes
quatro anos há uma tendência
ascendente das notas da primeira fase", afirma o vice-diretor.
Com a soma dos pontos na nota final, os candidatos perceberam que pontuar nessa etapa do
vestibular é fundamental. Depois
de quatro anos, aprenderam "o
caminho das pedras", segundo
Vanin. "A primeira fase é mais
fácil, mais generalista que a segunda, que exige do vestibulando conhecimentos aprofundados na área escolhida", diz.
A nota de corte é calculada levando-se em conta a procura, o
número de vagas oferecidas e o
desempenho dos candidatos em
cada curso. Para Vanin, o fator
de maior relevância na variação é
a quantidade de inscritos em cada uma das carreiras.
"Esperamos um crescimento
na nota de corte de biologia, o
curso teve um aumento de 1.000
inscritos em três anos (aproximadamente 1.700 candidatos,
em 97, e 2.700, agora)."
O número máximo de acertos
da primeira fase nestes quatro
anos foi de 142, em 96; 145, em 95;
e 146 nos dois últimos anos. Vanin aposta que nenhum candidato conseguirá ultrapassar o número de pontos conseguido nos
vestibulares de 97 e 98.
"Enquanto mantivermos o formato atual, com duas provas de
80 questões e quatro horas de duração, acredito que nenhum vestibulando vai conseguir acertar
mais do que 146 testes", explica o
vice-diretor.
Acerto do macaco
Em relação aos candidatos com
notas baixas, Vanin apontou um
dado interessante: há uma concentração no número de vestibulandos que terminam a primeira
fase registrando em média apenas 19 acertos.
Para ele, esses são os candidatos que só acertam esse número
de testes na primeira prova e acabam desistindo do vestibular por
achar que não iriam conseguir
alcançar a nota de corte do curso
escolhido.
Em média, 32% dos candidatos
(este ano seriam 44.259 candidatos, do total de 138.311 inscritos)
que realizam o exame ficam abaixo dos 40 pontos. "Esse percentual de alunos não está minimamente preparado para prestar
um vestibular, não o da Fuvest
em especial, mas qualquer outro", afirma Vanin.
Essa pontuação foi a escolhida
pela instituição como menor nota de corte possível para as carreiras do vestibular. O valor representa 25% do máximo de
acertos possíveis nas duas provas
da primeira fase. Além disso, os
40 pontos estão muito próximos
do que é considerado como
"acerto do macaco".
"A Fuvest distribui a quantidade de questões certas entre as
cinco alternativas possíveis de
cada teste, ou seja, há 32 respostas certas na letra A, 32 na B, 32
na C, e assim sucessivamente. Se
o candidato escolher uma alternativa e marcá-la nos 160 testes
da primeira fase, vai conseguir
acertar exatos 32 pontos. A isso
nós, da Fuvest, damos o nome de
acerto do macaco", explica o vice-diretor.
As únicas carreiras que tiveram
a nota de corte igual a 40 pontos
nos últimos quatro anos foram
matemática/estatística (USP-São
Carlos), em 95; e biblioteconomia (UFSCar -Universidade
Federal de São Carlos), em 98.
Quando a regra da nota mínima
ainda não estava em uso, o curso
da Federal de São Carlos chegou
a ter nota de corte igual a 28 pontos, em 96.
De 95 a 98, as dez carreiras com
maior procura têm se mantido as
mesmas (confira quadro abaixo). O que tem variado é o ranking das notas de corte entre elas,
exceto medicina, que sempre
manteve a liderança com o corte
mais alto e em ascendência. "A
nota de engenharia caiu porque o
interesse pelo curso diminuiu
muito nos últimos anos", afirma
Vanin.
A carreira tinha a segunda nota
de corte mais alta, em 95. De 96 a
98, passou a ocupar a oitava posição, atrás de jornalismo e administração, por exemplo.
(RD)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|