São Paulo, quinta, 3 de dezembro de 1998
 
 


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FUVEST
Dados dos últimos quatro vestibulares apontam tendências para a primeira fase
Segunda prova acontece domingo

free-lance para a Folha

Acontece no domingo (6/12) a segunda prova da primeira fase da Fuvest. Os candidatos respondem a 80 testes: 20 de geografia, 20 de história, 20 de biologia e 20 de matemática. O exame tem início às 13h30, e os vestibulandos só poderão deixar a sala a partir das 16h (confira quadro abaixo).
O vice-diretor da Fuvest, José Atílio Vanin, recomenda aos vestibulandos que não se assustem com o tamanho das questões. "Leia tudo com atenção, uma leitura cuidadosa já encaminha o candidato para a resposta certa."
Segundo Vanin, o índice de abstenção costuma aumentar na segunda prova. "Historicamente, ele varia entre 2% e 4% no primeiro dia e entre 4% e 8% no segundo. Este ano não deve ser muito diferente."
As listas dos aprovados para a segunda fase e dos locais de exame serão divulgadas em 23/12. As provas da segunda fase acontecem entre os dias 3/1 e 7/1 e as de habilidades específicas, de 5/1 a 8/1. A primeira chamada dos aprovados será divulgada no dia 5/2, e a matrícula deve ser feita entre os dias 8/2 e 9/2.
Este é o quinto ano de vestibular em que as notas da primeira fase são somadas às da segunda para a composição da média final. A Fuvest realizou um levantamento das primeiras etapas desse período, e os números obtidos apontam algumas tendências importantes.
Quando há aumento do número de inscritos há também o crescimento do número médio de acertos (confira quadro ao lado) e, consequentemente, da nota de corte. Em comparação com 98, a Fuvest teve este ano uma queda de 0,13% nas inscrições, mas o candidato não deve se animar.
"Este ano a nota de corte deve subir por volta de um ou dois pontos. Percebemos que nestes quatro anos há uma tendência ascendente das notas da primeira fase", afirma o vice-diretor.
Com a soma dos pontos na nota final, os candidatos perceberam que pontuar nessa etapa do vestibular é fundamental. Depois de quatro anos, aprenderam "o caminho das pedras", segundo Vanin. "A primeira fase é mais fácil, mais generalista que a segunda, que exige do vestibulando conhecimentos aprofundados na área escolhida", diz.
A nota de corte é calculada levando-se em conta a procura, o número de vagas oferecidas e o desempenho dos candidatos em cada curso. Para Vanin, o fator de maior relevância na variação é a quantidade de inscritos em cada uma das carreiras.
"Esperamos um crescimento na nota de corte de biologia, o curso teve um aumento de 1.000 inscritos em três anos (aproximadamente 1.700 candidatos, em 97, e 2.700, agora)."
O número máximo de acertos da primeira fase nestes quatro anos foi de 142, em 96; 145, em 95; e 146 nos dois últimos anos. Vanin aposta que nenhum candidato conseguirá ultrapassar o número de pontos conseguido nos vestibulares de 97 e 98.
"Enquanto mantivermos o formato atual, com duas provas de 80 questões e quatro horas de duração, acredito que nenhum vestibulando vai conseguir acertar mais do que 146 testes", explica o vice-diretor.

Acerto do macaco
Em relação aos candidatos com notas baixas, Vanin apontou um dado interessante: há uma concentração no número de vestibulandos que terminam a primeira fase registrando em média apenas 19 acertos.
Para ele, esses são os candidatos que só acertam esse número de testes na primeira prova e acabam desistindo do vestibular por achar que não iriam conseguir alcançar a nota de corte do curso escolhido.
Em média, 32% dos candidatos (este ano seriam 44.259 candidatos, do total de 138.311 inscritos) que realizam o exame ficam abaixo dos 40 pontos. "Esse percentual de alunos não está minimamente preparado para prestar um vestibular, não o da Fuvest em especial, mas qualquer outro", afirma Vanin.
Essa pontuação foi a escolhida pela instituição como menor nota de corte possível para as carreiras do vestibular. O valor representa 25% do máximo de acertos possíveis nas duas provas da primeira fase. Além disso, os 40 pontos estão muito próximos do que é considerado como "acerto do macaco".
"A Fuvest distribui a quantidade de questões certas entre as cinco alternativas possíveis de cada teste, ou seja, há 32 respostas certas na letra A, 32 na B, 32 na C, e assim sucessivamente. Se o candidato escolher uma alternativa e marcá-la nos 160 testes da primeira fase, vai conseguir acertar exatos 32 pontos. A isso nós, da Fuvest, damos o nome de acerto do macaco", explica o vice-diretor.
As únicas carreiras que tiveram a nota de corte igual a 40 pontos nos últimos quatro anos foram matemática/estatística (USP-São Carlos), em 95; e biblioteconomia (UFSCar -Universidade Federal de São Carlos), em 98. Quando a regra da nota mínima ainda não estava em uso, o curso da Federal de São Carlos chegou a ter nota de corte igual a 28 pontos, em 96.
De 95 a 98, as dez carreiras com maior procura têm se mantido as mesmas (confira quadro abaixo). O que tem variado é o ranking das notas de corte entre elas, exceto medicina, que sempre manteve a liderança com o corte mais alto e em ascendência. "A nota de engenharia caiu porque o interesse pelo curso diminuiu muito nos últimos anos", afirma Vanin.
A carreira tinha a segunda nota de corte mais alta, em 95. De 96 a 98, passou a ocupar a oitava posição, atrás de jornalismo e administração, por exemplo. (RD)



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