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LISTA OBRIGATÓRIA
Fuvest inclui poemas de Alberto Caeiro, com vocabulário mais simples, no lugar de "Os Lusíadas"
Saída de Camões facilita a leitura
ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Como faz a cada dois anos, a Fuvest trocou para o próximo
vestibular duas das oito obras de
leitura obrigatória. Com vocabulário mais simples e frases mais
diretas, os poemas de Alberto
Caeiro, um dos heterônimos de
Fernando Pessoa, que substituem
"Os Lusíadas", de Camões, devem
facilitar o estudo. Já a saída de um
livro de Guimarães Rosa ("Primeiras Estórias") para a inclusão
de "Sagarana", do mesmo autor,
não alterou o nível de leitura, que
continua complexo, segundo os
professores de cursinho.
"Caeiro é bem mais fácil do que
Camões. Ele é um poeta camponês, tem uma linguagem simples
e busca sensações. Já em Guimarães Rosa é o mesmo universo e a
mesma linguagem", disse Nelson
Dutra, professor do Objetivo.
Como a Fuvest trocou apenas
dois livros e a Unicamp exigirá os
mesmos nove do vestibular passado, os alunos já devem ter lido
pelo menos parte da lista. A recomendação é que o candidato comece pelas obras que ainda não
foram vistas, para depois se dedicar às outras, pelo menos revisando o mais importante, caso não
seja possível uma releitura.
"Na primeira leitura, você toma
um contato inicial. Nas seguintes,
será capaz de colher informações
que não notou antes", disse Célia
Passoni, coordenadora do Etapa.
O candidato de veterinária Arthur Araújo Chaves, 19, disse que,
mesmo tendo lido as obras que já
estavam na lista, pretende fazer
uma releitura. Ele lerá pela terceira vez "A Hora da Estrela", que
considera ser a sua obra favorita.
Por ter linguagem e temática
mais próximas dos jovens, de
acordo com os professores, o livro
de Clarice Lispector é uma boa
opção para começar a lista de leituras obrigatórias da Fuvest. Depois, pode-se partir para "Memórias de um Sargento de Milícias" e
outras obras do século 19. Tanto
Passoni, do Etapa, quanto Dutra,
do Objetivo, afirmam que o último livro a ser lido deve ser "Macunaíma", por ser uma obra que
exige mais do candidato.
O vestibulando também não
precisa esperar as aulas referentes
ao movimento literário no qual
uma obra se enquadra para começar a leitura. "A luz principal
está nas obras. Os tratados sobre
elas são apenas uma iluminação
indireta. O importante é que o
aluno perceba as peculiaridades
nos textos, e não nos tratados sobre os textos", disse Maria Thereza Fraga Rocco, vice-diretora-executiva da Fuvest.
A candidata de biologia Thais
Pedretti, 18, afirma que prefere ler
as obras antes de aprender as escolas literárias. "Assim, quando
tiver as aulas, consigo rever o que
li e entender melhor a matéria."
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