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BIOLOGIA
Apoptose, morte celular programada
JOSÉ VAGNER GOMES
ESPECIAL PARA A FOLHA
Estudos revelam que células de
organismos multicelulares carregam instruções para autodestruir-se no momento em que passam a não ser úteis ao organismo.
Assim, como é preciso gerar células para manter os processos vitais, é imprescindível eliminar as
defeituosas e as doentes.
O processo no qual a célula promove sua autodestruição de modo programado é chamado apoptose. Esse fenômeno é importante
na embriogênese, no desenvolvimento do sistema imunológico e
na diferenciação celular, entre outros.
Na apoptose, as células encolhem e a cromatina é compactada,
formando massas concentradas
nas bordas do núcleo, que se parte, levando à formação de vesículas apoptóticas. Essas são fagocitadas por macrófagos antes que se
desintegrem. Em indivíduos
adultos, se a multiplicação das células não é compensada pelas perdas, os tecidos e órgãos crescem
sem controle, levando ao câncer.
Nas células estudadas, várias
enzimas proteases, chamadas caspases, têm papel central na apoptose. Essas ativam proteínas tóxicas e destroem proteínas essenciais ou aquelas que protegem a
célula da apoptose, levando à sua
destruição.
Pesquisas mostram que neurônios e fibras musculares são mais
resistentes à apoptose porque sua
perda seria danosa ao organismo.
Já células substituídas com facilidade, como as do sangue, são
mais propensas a morrer desse
modo. A explicação para isso está
no gene que codifica a proteína
Bcl-2, que impede a apoptose em
diversos tipos de célula, bloqueando a enzima caspase.
Distúrbios no controle da apoptose podem levar a uma série de
doenças. A apoptose excessiva
pode causar doenças neurodegenerativas (mal de Alzheimer e mal
de Parkinson) e osteoporose. Já a
ausência de apoptose pode levar a
doenças auto-imunes, como lupus eritematoso, infecções viróticas prolongadas (herpes vírus) e
câncer.
José Vagner Gomes é professor de biologia do Curso e Colégio Objetivo, do
Universitário e do Anglo Campinas e ministra cursos de bioatualidades
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