São Paulo, quinta-feira, 01 de agosto de 2002
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ATUALIDADES

Espanha e Marrocos discutem o status de Perejil

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Um penhasco de aproximadamente 300 metros de comprimento próximo à costa marroquina tem causado sérias dificuldades nas relações entre a Espanha e o Marrocos. No início de julho, soldados marroquinos invadiram a ilha e hastearam uma bandeira de seu país. Dias depois, militares espanhóis retomaram o controle da pequena possessão.
Autoridades dos dois países se encontraram em Rabat (capital do Marrocos) para restabelecer o status da ilha Perejil -que permanece espanhola, mas como uma zona desmilitarizada.
Mais que Perejil, os enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla em solo marroquino são o centro da questão. Essas cidades portuárias fazem parte da Espanha desde o século 15. Contudo, desde os anos 60, o Marrocos reclama a soberania dos territórios. O então monarca marroquino, rei Hassan 2º, sugeriu ao rei Juan Carlos a formação de uma comissão para estudar uma solução diplomática para as questões que "perturbam" as relações entre os dois países.
Um crescente movimento nos meios políticos marroquinos defende que a crise atual deve servir para reabrir o debate sobre a "presença colonial" espanhola no Marrocos. Madri nega-se a discutir a questão e insiste no caráter histórico da presença na região.
Situação semelhante enfrenta a Espanha em relação a Gibraltar, que está em poder da Grã-Bretanha desde a assinatura do acordo de Utrecht, em 1714. Os espanhóis tentam reassumir o controle político dessa região estratégica, que controla o tráfego marítimo entre o Mediterrâneo e o Atlântico.
Quanto à Perejil, além da disputa entre os países, surge agora uma nova postulante. Uma pastora ameaça processar os militares espanhóis pela morte de dez cabras de seu rebanho. E, segundo ela, o penhasco em disputa não pertence nem ao rei Mohamed, do Marrocos, nem à Espanha. "Essa ilha é minha", reage.


Roberto Candelori é coordenador da Cia de Ética, professor da Escola Móbile e do Objetivo


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