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PROVAS DIFERENTES
Arte está em exames de Enem, Unesp, UnB e FGV-Direito
Pintura, música e teatro se misturam a demais matérias
PATRÍCIA GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL
Além de exigir que o aluno
domine as disciplinas tradicionais do ensino médio, tornou-se comum os vestibulares cobrarem também conhecimentos de arte, que são pedidos inclusive no novo Enem.
Questões sobre manifestações plásticas, cênicas e visuais
e sobre música deverão ser respondidas, ao menos, pelos 4,5
milhões de estudantes inscritos no Enem e pelos candidatos
de Unesp, FGV-Direito e UnB
(Universidade de Brasília).
Mas não é preciso entrar em
pânico. Os organizadores dos
exames seletivos dizem que
não serão cobrados conhecimentos específicos, mas sim
capacidades interpretativas, de
relacionar as artes com outras
disciplinas e com o cotidiano.
Na Unesp, a disciplina foi incluída no programa neste ano,
como parte de um conjunto de
alterações que modificou todo
o vestibular da instituição.
Também no novo Enem é a
primeira vez que as artes estão
explicitamente entre as matérias cobradas.
Inep e Vunesp, organizadores, respectivamente, do Enem
e do exame da Unesp, dizem
que o conteúdo de suas provas é
baseado nos PCNs (Parâmetros
Curriculares Nacionais), que
orientam o currículo do ensino
médio. Ou seja, não vão pedir
nada além do que o aluno
aprendeu na escola.
A Fuvest só cobra artes na
prova de habilidades específicas.
Na FGV-Direito e na UnB, as
questões de artes não são novidade. Desde o primeiro vestibular para direito na FGV, em
2004, o exame tem perguntas de
artes visuais (plásticas e cinema)
e literatura.
José Garcez Ghirardi, coordenador de metodologia, diz que,
para a FGV, cobrar habilidades
nessa área ajuda a selecionar os
alunos que a instituição quer.
"Eles devem ser capazes de
apontar formas diferentes de
construir o mundo", diz.
Uma dica para ir bem na prova
de artes é estar atento às opções
de lazer e cultura. "Incentivo os
alunos a irem a museus, cinema,
teatro", diz Augusta Pereira,
professora de literatura do Cursinho do XI, que vê nos passeios
uma forma de complementar o
aprendizado.
Mas a coordenação do vestibular da Unesp adverte: "Conselhos como sugerir que se vejam
mais filmes ou mais peças de
teatro ou se visitem mais museus são ineficientes se o aluno
não apresentou um desempenho satisfatório ao longo dos
anos de escola, pois não o levarão a aprender o que não aprendeu no tempo devido".
O formato deixa o vestibulando Esdras dos Santos, 24, tranquilo. Candidato a arquitetura,
ele dá aulas de violão e já fez vários cursos de desenho.
Esdras diz que intensificou
idas a museus no último ano e,
na companhia da namorada
-também vestibulanda-, tem
assistido a filmes relacionados a
história, literatura e arte. Ele
ainda usa da internet para pesquisar mais sobre os temas.
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