São Paulo, terça-feira, 01 de setembro de 2009
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CARREIRA

Foco do zootecnista é o bem-estar dos animais

Entre as funções do profissional estão a nutrição e a ambientação

Joel Silva/Folha Imagem
Henrique Tavares cuida da dieta dos cerca de 4.000 animais da Fundação Parque Zoológico

DANIELA MERCIER COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Acompanhar toda a cadeia produtiva do animal, desde a reprodução até o seu aproveitamento pelo homem, é o principal eixo de trabalho do zootecnista. A preocupação com o desenvolvimento sustentável e a preservação das espécies tem ampliado os campos de atuação desse profissional, que tem como função básica a promoção do bem-estar dos bichos.
"Trabalhamos com planejamento, implantação e gestão da produção animal. Em qualquer lugar com animais de interesse econômico ou de preservação, é necessária a atuação do zootecnista", afirma o professor Walter Motta Ferreira, presidente da ABZ (Associação Brasileira de Zootecnistas).
Diferentemente do veterinário, mais voltado para a cura de enfermidades, o zootecnista atua na saúde dos bichos durante todo o seu ciclo de vida. É ele o responsável pela nutrição e a ambientação do animal.
Outra atuação de destaque do profissional é o desenvolvimento e a aplicação de técnicas de reprodução e melhoramento genético. "É como sempre brincamos: "Criado por Deus e melhorado pelo zootecnista'", diz Reges Heinrichs, coordenador do curso na Unesp de Dracena (634 km de SP).
Essa diversidade de atuação foi uma surpresa para o estudante Paulo Ramos, 23, atualmente no último semestre do curso. No ano do vestibular, ele tinha interesse em trabalhar com nutrição animal e achava que essa era uma função da veterinária -curso em que tentou entrar quatro vezes antes de passar em zootecnia.
"Só na faculdade descobri que estava no lugar certo", diz. Durante o curso, outra área despertou a sua curiosidade. "Quero trabalhar com pesquisa", afirma Ramos, que estuda a técnica para desenvolver a reprodução do preá, uma espécie de roedor silvestre.
Formado há sete anos, o zootecnista Henrique Tavares, 32, é responsável pela dieta dos cerca de 4.000 animais da Fundação Parque Zoológico de SP. O local tem uma fábrica própria de rações -e tudo é controlado por ele. "A alimentação balanceada aumenta a longevidade dos animais e isso ajuda na preservação", afirma.
No Brasil, o número de profissionais é considerado pequeno para a demanda -cerca de 5.000 pessoas se formam por ano nos 104 cursos de graduação, segundo a ABZ.
Em São Paulo, a carreira é ofertada por oito instituições, todas no interior. Na Unesp, o curso está presente em Botucatu, Jaboticabal, Ilha Solteira e Dracena. A USP ministra o curso em Pirassununga -no último vestibular, a concorrência foi de 6,4 candidatos por vaga.
"É uma área em franca expansão, mas com poucos profissionais. Quase todos os alunos já saem empregados", diz Heinrichs, da Unesp.


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