São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2008
  Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DEU NA MÍDIA

Mandela, o homem que derrotou o apartheid

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Personalidade de grande destaque no cenário político do século 20, Nelson Mandela, ex-presidente sul-africano, notabilizou-se pela luta contra o apartheid, o regime de segregação racial da África do Sul. Ao completar 90 anos, recebeu homenagens ao redor do mundo, entre elas, a surpreendente proposta do Congresso dos EUA encaminhada ao presidente George W. Bush que propõe a retirada de Mandela da lista de terroristas.
Nascido Rolihlahla Dalibhunga Mandela e membro da tribo xhosa, o ex-presidente, conhecido mundialmente pela defesa intransigente da não-violência, aceitou pegar em armas depois do massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando policiais sul-africanos abriram fogo contra manifestantes negros, desarmados, provocando a morte de mais de 60 pessoas.
Na luta de resistência contra o apartheid, chegou a comandar o braço armado do CNA (Congresso Nacional Africano), o Umkhonto we Sizwe (Flecha da Nação).
Sentenciado a cinco anos de prisão em 1962, Mandela foi condenado a prisão perpétua dois anos depois, acusado de envolvimento com a luta armada. Sob intensa pressão internacional, foi libertado em fevereiro de 1990 pelo presidente Frederick Willem de Klerk.
Em reconhecimento pelo empenho na luta pelo fim do apartheid e o estabelecimento de uma sociedade democrática e multirracial, De Klerk e Mandela foram agraciados com o Prêmio Nobel da Paz em 1993.
O apartheid de fato só começou a ser derrotado no início dos anos de 1990, quando Mandela candidatou-se à Presidência da África do Sul. Vitorioso, tornou-se o primeiro presidente negro da república sul-africana. Líder carismático e inconteste, governou o país procurando atenuar o confronto histórico entre negros e brancos. Em 1999, deixou o poder, sendo substituído por Thabo Mbeki.
Procurando superar as marcas do apartheid, após décadas da cruel segregação racial, a África do Sul inspira-se no exemplo de Nelson Mandela para vencer em definitivo o ódio racial.
Colocado na lista de terroristas na década de 1980, pelo ex-presidente Ronald Reagan, Mandela recebe agora a anistia e o reconhecimento das autoridades norte-americanas. Nas palavras do senador e ex-candidato à Presidência John Kerry, os EUA puderam, com a assinatura de Bush, reparar o erro e "se livrar da vergonha de desonrar este grande governante ao incluí-lo na lista de terroristas do governo".


ROBERTO CANDELORI é professor do colégio Móbile

rcandelori@uol.com.br


Texto Anterior: Vale a pena saber/Literatura: Conto convida à reflexão sobre valores
Próximo Texto: Exterior: Universidades russas recebem brasileiros
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.