|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FÍSICA
O afastamento das galáxias
TARSO PAULO RODRIGUES
ESPECIAL PARA A FOLHA
Em 1842, Christian Doppler demonstrou que o movimento de
uma fonte de ondas sonoras afeta
a freqüência das ondas recebidas
por um observador. É o que acontece, por exemplo, quando a sirene de uma ambulância se aproxima e depois se afasta de nós.
A figura ao lado mostra que a
fonte sonora, ao se aproximar do
observador A, provoca uma superposição das frentes de onda
emitidas, que, ao atingirem esse
observador, com maior freqüência aparente, tornam o som mais
alto (mais agudo). Quando essa
fonte se afasta do observador B, as
ondas são "esticadas" e atingem
esse observador com menor freqüência aparente, tornando o
som mais baixo (mais grave). Essa
alteração na freqüência, percebida devido ao movimento relativo
fonte/observador, é conhecida
como "efeito Doppler".
Esse efeito também é válido para ondas luminosas. Na aproximação relativa de uma outra galáxia à nossa, a Via Láctea, em alta
velocidade, suas linhas espectrais,
que representam a decomposição
da luz em suas cores, movem-se
em direção a comprimentos de
onda mais curtos, de maior freqüência, e medimos o "desvio para o azul". Edwin Hubble, astrônomo americano, mediu a luminosidade de várias galáxias e observou que suas linhas espectrais
se moviam em direção a comprimentos de onda mais longos e de
menor freqüência (vermelhos).
Hubble, além de confirmar o
"desvio para o vermelho" da
maioria das galáxias, descobriu
que a velocidade de afastamento
era proporcional à distância da
galáxia observada, ou seja, quanto
mais distante a galáxia, mais velozmente ela se afasta de nós.
Acredita-se que o valor da "constante de Hubble" seja cerca de 20
km/s de velocidade de afastamento para cada 1 milhão de anos-luz
de distância.
Tarso Paulo Rodrigues é professor e coordenador de física do Colégio Augusto Laranja
Texto Anterior: Matemática: Descoberta sobre números primos Próximo Texto: Geografia: Os significados das siglas e o vestibular Índice
|