São Paulo, quinta-feira, 05 de setembro de 2002
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CARREIRA/MATEMÁTICA

Estudo matemático é aplicado em informática e economia

CAMPO DE ATUAÇÃO NÃO SE LIMITA À LICENCIATURA E À PESQUISA

LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL

Você já imaginou poder representar a organização de uma comunidade de abelhas ou de um cardume de peixes por meio de uma fórmula matemática? A graduação nessa ciência promete ensinar algo bastante diferente do que se aprende no ensino médio.
Entre outras atribuições, a matemática investiga e decifra a lógica que pode existir nas relações entre os seres vivos, no sistema biológico de um animal, no mercado financeiro, na informática, na própria matemática etc. Com base na descrição de uma atividade qualquer -como o trabalho das abelhas na construção de sua colméia-, são produzidas fórmulas ou conceitos matemáticos que representarão o fenômeno.
Vera Lúcia Xavier Figueiredo, coordenadora de graduação do curso de matemática da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), afirma que os modelos matemáticos são utilizados como ferramentas por outras áreas do conhecimento.
Ou seja, eles permitem que os fatos sejam reproduzidos de maneira mais fácil e quantas vezes forem necessárias. A partir daí, podem-se analisar certos fenômenos e criar novas hipóteses.
As disciplinas comuns dos cursos de matemática, no entanto, abordam somente temas referentes a essa ciência. O aluno terá, por exemplo, aulas de cálculo, estatística e geometria. Assim, cabe a ele procurar por uma especialização em outra área caso considere necessário. "Cerca de 90% dos alunos que se formam na ciência fazem um curso de pós-graduação em carreiras como engenharia e economia", afirma Vera.
Os campos de atuação que mais acolhem o profissional de matemática, segundo Flávio Uchoa Coelho, chefe do Departamento de Matemática da USP, são as áreas econômica e financeira, assim como as de física, de biologia, de tecnologia em informática e de pesquisa. Isso sem contar o magistério e a pesquisa acadêmica.
Para Guilherme Antonelli Benites, 20, aluno de matemática da USP, o curso é difícil, porque exige do estudante uma grande capacidade de abstração. "A maioria das aulas são teóricas. Grande parte das matérias não tem aplicação direta em nosso cotidiano. Aprendemos a raciocinar com a lógica e a formular hipóteses e, então, utilizamos esses conceitos para alguma coisa."
O matemático deve ser detalhista, diz Benites, pois um erro em um dos itens de uma fórmula compromete toda a sua estrutura.


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