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CARREIRA/MATEMÁTICA
Estudo matemático é aplicado em informática e economia
CAMPO DE ATUAÇÃO NÃO SE LIMITA À LICENCIATURA E À PESQUISA
LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL
Você já imaginou poder representar a organização de uma
comunidade de abelhas ou de um
cardume de peixes por meio de
uma fórmula matemática? A graduação nessa ciência promete ensinar algo bastante diferente do
que se aprende no ensino médio.
Entre outras atribuições, a matemática investiga e decifra a lógica que pode existir nas relações
entre os seres vivos, no sistema
biológico de um animal, no mercado financeiro, na informática,
na própria matemática etc. Com
base na descrição de uma atividade qualquer -como o trabalho
das abelhas na construção de sua
colméia-, são produzidas fórmulas ou conceitos matemáticos
que representarão o fenômeno.
Vera Lúcia Xavier Figueiredo,
coordenadora de graduação do
curso de matemática da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas), afirma que os modelos
matemáticos são utilizados como
ferramentas por outras áreas do
conhecimento.
Ou seja, eles permitem que os
fatos sejam reproduzidos de maneira mais fácil e quantas vezes forem necessárias. A partir daí, podem-se analisar certos fenômenos e criar novas hipóteses.
As disciplinas comuns dos cursos de matemática, no entanto,
abordam somente temas referentes a essa ciência. O aluno terá,
por exemplo, aulas de cálculo, estatística e geometria. Assim, cabe
a ele procurar por uma especialização em outra área caso considere necessário. "Cerca de 90% dos
alunos que se formam na ciência
fazem um curso de pós-graduação em carreiras como engenharia e economia", afirma Vera.
Os campos de atuação que mais
acolhem o profissional de matemática, segundo Flávio Uchoa
Coelho, chefe do Departamento
de Matemática da USP, são as
áreas econômica e financeira, assim como as de física, de biologia,
de tecnologia em informática e de
pesquisa. Isso sem contar o magistério e a pesquisa acadêmica.
Para Guilherme Antonelli Benites, 20, aluno de matemática da
USP, o curso é difícil, porque exige do estudante uma grande capacidade de abstração. "A maioria das aulas são teóricas. Grande
parte das matérias não tem aplicação direta em nosso cotidiano.
Aprendemos a raciocinar com a
lógica e a formular hipóteses e,
então, utilizamos esses conceitos
para alguma coisa."
O matemático deve ser detalhista, diz Benites, pois um erro em
um dos itens de uma fórmula compromete toda a sua estrutura.
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