Relação candidato/vaga das novas cadeiras é semelhante à de outras escolas públicas de SP

VINÍCIUS CAETANO SEGALLA
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) oferece pela primeira vez no vestibular deste ano vagas para os novos cursos que a instituição criou em seu programa de expansão. As cadeiras já nascem com concorrência semelhante à de cursos equivalentes em outras escolas públicas de São Paulo.
Três novos campi recebem os cursos estreantes, nas cidades de Diadema, Guarulhos e São José dos Campos. Mesmo sem nenhuma tradição na universidade, muitos dos novos cursos atraíram vestibulandos na mesma proporção que os de outras instituições públicas (veja quadro nesta página). Ciências sociais (vespertino), por exemplo, está com 521 inscritos para 45 vagas, em uma proporção de 11,58 candidatos por vaga. Na USP, a relação é de 11,98; na Unesp, é de 8,6 e, na Unicamp, de 13.
Já no curso de farmácia e bioquímica, que vai começar em um prédio cedido pela prefeitura de Diadema e que ainda não está pronto para receber os alunos, a concorrência é a segunda maior entre as universidades públicas do Estado. São 30,27 candidatos por vaga, contra os 35,1 da Unicamp, 19,82 da USP e 27,3 da Unesp. A Unifesp tem 22 mil candidatos neste vestibular. Para os mesmos cursos que ela oferece, há cerca de 43 mil inscritos na Fuvest, 22 mil na Unesp, 19 mil na Unicamp e 16 mil na UFSCar.

Demanda
Para o professor Luiz Eugênio Mello, pró-reitor de graduação da Unifesp, além da excelência da universidade, já conhecida pelos cursos da área de saúde, outro fator que levou à grande procura pelos novos cursos é a demanda reprimida nas regiões em que eles foram criados. "Tanto o ABC (região onde se encontra Diadema) quanto Guarulhos são áreas carentes de universidades públicas. O problema de locomoção na Grande São Paulo é muito grande. Com a chegada da Unifesp a essas regiões, o estudante vislumbrou a possibilidade de ingressar no ensino superior, com a escola chegando perto da sua casa", analisa Mello.
A tese do pró-reitor se comprova quando se compara o número de pessoas de Guarulhos que se inscreveram para o vestibular da Unifesp em 2005 e neste ano. "Tivemos 305 inscritos de Guarulhos no ano passado. Neste ano, são 1.998. É um aumento estrondoso que prova que estamos atendendo à demanda local", afirma.
Para ele, mesmo que o estudante escolha o curso pensando mais na localização do que na sua vocação, isso não é um problema. "O importante é que esse estudante vai adquirir uma formação superior, que será essencial em qualquer área em que ele atue."


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