|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CARREIRA
Engenharia de materiais está em alta
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
|
O engenheiro de materiais Romulo Zamberlan, 26, que desenvolve embalagem de cosméticos |
No mercado, há falta do profissional, que trabalha com a aplicação de metais e polímeros
DA REPORTAGEM LOCAL
Muito requisitada, a carreira
de engenharia de materiais tem
registrado escassez de profissionais, com perspectiva de
atuação em diversos setores.
O engenheiro dessa área lida
com a aplicação e o desenvolvimento de novos materiais metálicos, poliméricos (plásticos)
e cerâmicos, entre outros.
As ofertas de trabalho são em
geral nas indústrias petroquímicas e siderúrgicas e no ramo
de fabricação de embalagens.
No entanto, segundo Horacidio Leal Barbosa Filho, diretor-executivo da Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais,
existe ainda muito espaço para
crescer em outras áreas.
"Indústrias de avião, petróleo, gás, automóveis, papéis e
cerâmicas são alguns dos ramos que têm recrutado muitos
profissionais. E já está faltando
engenheiro no mercado brasileiro com essa formação", avalia Barbosa Filho.
"O campo de atuação abrange todos os ramos da engenharia porque os materiais são os
meios com os quais os projetos
de engenharia são feitos", afirma Francisco Ambrozio Filho,
coordenador do departamento
de metalurgia e materiais do
Centro Universitário da FEI.
"Há ainda a nanotecnologia e
o desenvolvimento de materiais inteligentes, com aplicações específicas, como uma
embalagem com maior resistência ao tempo e à pressão."
Para o professor da UFSCar
(Universidade Federal de São
Carlos) Nelson Guedes de Alcântara, por ter uma formação
completa, o profissional é muito requisitado. "Há um campo
real de oportunidades."
Número pequeno
O número de profissionais
graduados na área é muito pequeno no país. O Confea (Conselho Federal de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia) não
dispõe de dados específicos sobre a carreira, mas, pelas estimativas da Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais,
aproximadamente 10% dos
4.000 associados da entidade
são engenheiros de materiais.
A concentração é maior em
São Paulo, no Rio e em Minas,
mas há também em outros Estados, como Rio Grande do
Norte, Paraná e Paraíba.
"O número de pessoas com a
formação em materiais é realmente reduzido. Por esse motivo, vários cursos de pós-graduação estão sendo criados para suprir a falta de especialização na área", ressalta o diretor-executivo da associação.
Para o venezuelano Roberto
Rojas, 39, os convênios firmados entre universidades e indústrias têm ajudado a atrair o
interesse dos estudantes de engenharia para a carreira.
Há 17 anos no Brasil, ele se
graduou em engenharia de materiais com menção em cerâmica na UFSCar e depois fez mestrado na área pela mesma instituição. Hoje, ele é responsável
pelo sistema de qualidade da
Cerâmica Gyotoku, que fabrica
pastilhas, pisos e revestimentos. Rojas tem que verificar se
as características das placas cerâmicas estão dentro das normas, como tamanho, espessura, resistência e abrasão superficial (qual o desgaste da placa
com o trânsito).
Curso
Os dois primeiros anos do
curso de engenharia na Escola
Politécnica da USP têm matérias básicas, como fundamentos de cálculo, álgebra e física. A
partir do quinto semestre, o estudante escolhe o tipo de engenharia e faz as disciplinas específicas da carreira escolhida, segundo André Paulo Tschiptschin, chefe do departamento de
engenharia metalúrgica e materiais da USP.
"Em materiais, o estudante
adquire conhecimentos sobre
matérias-primas, processamento, propriedades, estrutura
e aplicações", explica.
(FERNANDA CALGARO)
Texto Anterior: Pré-vestibular 4: Aulas do cursinho XI começam dia 12 Próximo Texto: Cotidiano da área inclui contato com setor de marketing e com fornecedores Índice
|