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HISTÓRIA
O novo poder na Europa
CLAUDIO B. RECCO
ESPECIAL PARA A FOLHA
A Revolução Francesa é entendida como o grande modelo de
revolução burguesa, mesmo considerando que, simultaneamente,
outras revoluções burguesas
ocorriam -a Industrial e a Americana- e que, na Inglaterra do
século 17, a burguesia já havia eliminado o absolutismo.
Apesar da organização e da participação popular, a Revolução
Francesa foi dirigida com base
nos princípios iluministas, mesmo em seu momento mais radical, quando os jacobinos de Robespierre controlaram o poder,
de 1792 a 1794. Vale a pena lembrar que a filosofia iluminista possuiu diversas vertentes, em que
todos os seus principais expoentes defendiam o fim do Antigo
Regime, mas divergiam nas formas políticas a serem adotadas
posteriormente. Os montanheses
ampliaram a concepção de liberdade, de igualdade e de direito à
propriedade privada, ou seja, não
desenvolveram uma nova forma
de estruturação socioeconômica.
A partir de 1795, coube à alta
burguesia definir o modelo de Estado para a França. Os entraves ao
desenvolvimento capitalista foram gradualmente eliminados e,
para isso, formas políticas diferenciadas foram utilizadas. A
oposição das camadas populares,
mesmo após a derrubada do governo jacobino, fez com que a alta
burguesia adotasse um modelo
político excessivamente centralizado, chegando a uma ditadura,
com o apoio do Exército do prestigiado Napoleão Bonaparte.
Durante o período denominado
de "Convenção", com a promulgação do Código Civil (1804), foram institucionalizadas as conquistas econômicas e políticas da
burguesia. No "Império", o ditador pretendeu desenvolver a indústria do país e adotou uma política militarista para destruir a Inglaterra e controlar os mercados
europeus, que se mostrou desastrosa para a economia francesa.
A crise econômica e os primeiros fracassos militares fizeram
com que a burguesia deixasse de
apoiar o governo de Napoleão e,
adaptando-se à nova situação,
apoiou a restauração da monarquia, impondo ao novo rei uma
Constituição, por meio da qual o
poder do monarca ficava limitado
e, ao mesmo tempo, assumiu o
controle do Legislativo -a Câmara dos Pares, hereditária, e a
Câmara dos Deputados, eleitos
pelo voto censitário-, eliminando o povo das decisões políticas.
Dica: Relacione os ideais iluministas aos interesses da monarquia, da alta burguesia e dos
"sans-culottes" na França.
Claudio B. Recco é coordenador do site
www.historianet.com.br e autor do livro "História em Manchete - na Virada do Século"
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