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      São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2003
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HISTÓRIA

O novo poder na Europa

CLAUDIO B. RECCO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A Revolução Francesa é entendida como o grande modelo de revolução burguesa, mesmo considerando que, simultaneamente, outras revoluções burguesas ocorriam -a Industrial e a Americana- e que, na Inglaterra do século 17, a burguesia já havia eliminado o absolutismo.
Apesar da organização e da participação popular, a Revolução Francesa foi dirigida com base nos princípios iluministas, mesmo em seu momento mais radical, quando os jacobinos de Robespierre controlaram o poder, de 1792 a 1794. Vale a pena lembrar que a filosofia iluminista possuiu diversas vertentes, em que todos os seus principais expoentes defendiam o fim do Antigo Regime, mas divergiam nas formas políticas a serem adotadas posteriormente. Os montanheses ampliaram a concepção de liberdade, de igualdade e de direito à propriedade privada, ou seja, não desenvolveram uma nova forma de estruturação socioeconômica.
A partir de 1795, coube à alta burguesia definir o modelo de Estado para a França. Os entraves ao desenvolvimento capitalista foram gradualmente eliminados e, para isso, formas políticas diferenciadas foram utilizadas. A oposição das camadas populares, mesmo após a derrubada do governo jacobino, fez com que a alta burguesia adotasse um modelo político excessivamente centralizado, chegando a uma ditadura, com o apoio do Exército do prestigiado Napoleão Bonaparte.
Durante o período denominado de "Convenção", com a promulgação do Código Civil (1804), foram institucionalizadas as conquistas econômicas e políticas da burguesia. No "Império", o ditador pretendeu desenvolver a indústria do país e adotou uma política militarista para destruir a Inglaterra e controlar os mercados europeus, que se mostrou desastrosa para a economia francesa.
A crise econômica e os primeiros fracassos militares fizeram com que a burguesia deixasse de apoiar o governo de Napoleão e, adaptando-se à nova situação, apoiou a restauração da monarquia, impondo ao novo rei uma Constituição, por meio da qual o poder do monarca ficava limitado e, ao mesmo tempo, assumiu o controle do Legislativo -a Câmara dos Pares, hereditária, e a Câmara dos Deputados, eleitos pelo voto censitário-, eliminando o povo das decisões políticas.
Dica: Relacione os ideais iluministas aos interesses da monarquia, da alta burguesia e dos "sans-culottes" na França.


Claudio B. Recco é coordenador do site www.historianet.com.br e autor do livro "História em Manchete - na Virada do Século"


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