|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ATUALIDADES
A guerra política dos transgênicos
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Roberto Requião (PMDB), governador do Paraná, sancionou uma lei estadual que proíbe o
plantio e a industrialização de
produtos transgênicos no Estado.
A nova lei proíbe também a utilização do porto de Paranaguá
(PR) para a importação e para a
exportação de organismos geneticamente modificados (OGMs).
Maior produtor de grãos do país,
Mato Grosso também proibiu o
plantio de soja transgênica.
Recentemente, por meio de
uma medida provisória, o governo federal autorizou o uso de soja
geneticamente modificada para a
safra de 2004. Agricultores gaúchos haviam importado da Argentina sementes transgênicas e
pressionaram o governo a autorizar o plantio. Argumentam que o
cultivo desse novo tipo de soja
tem o custo de produção reduzido em até 25%.
Ao introduzir um novo paradigma científico, a biotecnologia
possibilitou a manipulação de informações genéticas e a produção
de OGMs. No caso da soja, a empresa norte-americana Monsanto
desenvolveu um novo tipo, a
Roundup Ready, resistente ao
herbicida Roundup, comercializado pela própria empresa.
Os argumentos dos que se
opõem à política dos transgênicos
vão desde os cuidados com a saúde da população até as preocupações com o equilíbrio ambiental.
Eles defendem que não há estudos conclusivos e que as multinacionais, entre as quais a Monsanto, estão interessadas no monopólio do mercado brasileiro.
Para solucionar a questão, o governo apresentou a Lei de Biossegurança. A Comissão Técnica de
Biossegurança, composta por dez
especialistas de "notório saber
científico", será responsável pelo
parecer técnico sobre os transgênicos que, em seguida, será avaliado pelos ministérios do Meio Ambiente, da Saúde e da Agricultura.
A última palavra será do Conselho Nacional de Biossegurança,
formado por 12 ministros. A manipulação de OGMs sem autorização será considerada crime.
Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo.
E-mail: rcandelori@uol.com.br
Texto Anterior: Geografia: O critério para agrupar países Próximo Texto: História: O novo poder na Europa Índice
|