São Paulo, quinta-feira, 08 de janeiro de 2004
  Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

HISTÓRIA

O século 20 e a crise do liberalismo

CLAUDIO B. RECCO
ESPECIAL PARA A FOLHA

É difícil definir uma cronologia para o desenvolvimento de características econômicas ou políticas que valham para várias regiões. Se no século 19 as teorias políticas liberais alcançaram o poder em países importantes da Europa, nos EUA e no Japão, foi no mesmo século que se desenvolveu o capitalismo monopolista, que suplantou o liberalismo.
No século 20, foi a vez de as teorias políticas liberais sofrerem forte questionamento e oposição, principalmente no período entreguerras (1919-39). Desde o início do século, o movimento comunista se fortaleceu em países considerados periféricos ao sistema capitalista, entre os quais se destacava a Rússia. A revolução de 1905, apesar do caráter democrático e antiabsolutista, foi marcada pela organização do movimento operário de forma independente e pelo crescimento dos partidos de esquerda. Os sovietes foram a principal forma de organização política independente das massas, que passaram das reivindicações econômicas para as políticas.
Todo o processo revolucionário na Rússia, com a posterior formação de um Estado socialista, liderada pelos bolcheviques, eliminou as formas políticas e econômicas liberais, ainda incipientes no país, substituídas pela organização política centralizada e por uma economia planificada. A partir de 1924, a organização do Estado soviético ficou mais clara, caracterizada pelo totalitarismo.
No restante da Europa, os movimentos sociais também questionaram o liberalismo, principalmente depois da Primeira Guerra, quando percebemos uma "polarização ideológica", momento de ascensão de grupos comunistas e fascistas em diversos países -em alguns casos importantes, os fascistas alcançaram o poder, como na Itália, em Portugal, na Alemanha e na Espanha.
Essa situação política, que marca a crise do liberalismo, esteve intimamente vinculada à crise econômica iniciada nos EUA e que atingiu seu ápice em 1929, com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York. A crise repercutiu em todo o mundo capitalista, com maior ou menor intensidade, assim como determinou o início de uma política intervencionista e estatizante em diversos países, inclusive nos Estados Unidos, país com fortes tradições liberais.
Dica: Destaque as diferenças na política intervencionista adotada pelos EUA, pela URSS e pelo Brasil na década de 30.


Claudio B. Recco é coordenador do site www.historianet.com.br e autor do livro "História em Manchete - na Virada do Século"


Texto Anterior: Física: A resistência do ar e a velocidade-limite
Próximo Texto: Atualidades: O Sri Lanka e o separatismo tâmil
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.