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HISTÓRIA
O século 20 e a crise do liberalismo
CLAUDIO B. RECCO
ESPECIAL PARA A FOLHA
É difícil definir uma cronologia
para o desenvolvimento de características econômicas ou políticas que valham para várias regiões. Se no século 19 as teorias
políticas liberais alcançaram o poder em países importantes da Europa, nos EUA e no Japão, foi no
mesmo século que se desenvolveu
o capitalismo monopolista, que
suplantou o liberalismo.
No século 20, foi a vez de as teorias políticas liberais sofrerem
forte questionamento e oposição,
principalmente no período entreguerras (1919-39). Desde o início
do século, o movimento comunista se fortaleceu em países considerados periféricos ao sistema
capitalista, entre os quais se destacava a Rússia. A revolução de
1905, apesar do caráter democrático e antiabsolutista, foi marcada
pela organização do movimento
operário de forma independente
e pelo crescimento dos partidos
de esquerda. Os sovietes foram a
principal forma de organização
política independente das massas,
que passaram das reivindicações
econômicas para as políticas.
Todo o processo revolucionário
na Rússia, com a posterior formação de um Estado socialista, liderada pelos bolcheviques, eliminou as formas políticas e econômicas liberais, ainda incipientes
no país, substituídas pela organização política centralizada e por
uma economia planificada. A
partir de 1924, a organização do
Estado soviético ficou mais clara,
caracterizada pelo totalitarismo.
No restante da Europa, os movimentos sociais também questionaram o liberalismo, principalmente depois da Primeira Guerra,
quando percebemos uma "polarização ideológica", momento de
ascensão de grupos comunistas e
fascistas em diversos países -em
alguns casos importantes, os fascistas alcançaram o poder, como
na Itália, em Portugal, na Alemanha e na Espanha.
Essa situação política, que marca a crise do liberalismo, esteve intimamente vinculada à crise econômica iniciada nos EUA e que
atingiu seu ápice em 1929, com a
quebra da Bolsa de Valores de
Nova York. A crise repercutiu em
todo o mundo capitalista, com
maior ou menor intensidade, assim como determinou o início de
uma política intervencionista e
estatizante em diversos países, inclusive nos Estados Unidos, país
com fortes tradições liberais.
Dica: Destaque as diferenças na
política intervencionista adotada
pelos EUA, pela URSS e pelo Brasil na década de 30.
Claudio B. Recco é coordenador do site
www.historianet.com.br e autor do livro "História em Manchete - na Virada
do Século"
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