|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LONGE DO CAMPUS
CURSOS SUPERIORES MAIS COMUNS AINDA SÃO OS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Privadas e públicas oferecem graduação e disciplinas à distância
Fabiana Beltramin/Folha Imagem
|
|
PRATICIDADE O estudante Jardel Aparecido, 25, do segundo ano de contabilidade da Unisa, que optou por cursar uma disciplina à distância oferecida pela universidade e diz que agora pode escolher o melhor horário para estudar e "acessar o site do curso no trabalho"
FÁBIO PORTO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Você já pensou em fazer faculdade à distância? Hoje ainda são
poucas as instituições que oferecerem essa opção, mas em breve
esses cursos deverão tornar-se
corriqueiros e coexistir com os
convencionais nas principais universidades do país, a exemplo do
que ocorre em muitos outros países (leia texto na pág. 5).
Hoje existem 13 cursos de graduação à distância autorizados
pelo MEC (Ministério da Educação) no país, mas várias universidades já oferecem disciplinas da
grade curricular de seus cursos
nesse formato. Essas universidades estão amparadas no parecer
2.253 do MEC, que autoriza os
cursos superiores a ter até 20% de
seu currículo oferecido à distância.
A Unisa (Universidade de Santo
Amaro), de São Paulo, é um
exemplo. A instituição passou a
oferecer, há cerca de duas semanas, duas disciplinas, comuns a
vários cursos de graduação, à distância. A USP (Universidade de
São Paulo), a UnB (Universidade
de Brasília) e a Universidade
Anhembi-Morumbi, na capital
paulista, oferecem aulas nesse formato, em caráter experimental.
Formação de professores
Dos 13 cursos de graduação à
distância reconhecidos hoje, sete
são de pedagogia ou de formação
superior de professores. O motivo
é a exigência da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), de
1996, de que todos os professores
da rede pública de ensino tenham
nível superior até 2007, o que gerou uma grande demanda por
cursos do gênero.
Um exemplo é o convênio firmado entre a Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina) e
169 municípios do interior do Estado, que hoje permite a cerca de
15 mil professores da rede pública
cursar pedagogia.
Segundo o coordenador-geral
de implementação de políticas estratégicas para o ensino superior
do MEC, Eduardo Machado, a
motivação do primeiro decreto
que regulamenta os cursos de graduação à distância foi, de fato, a
necessidade da difusão de programas emergenciais para a formação de professores. "Porém o perfil dos cursos superiores à distância deve mudar", afirma.
Como exemplo, ele cita pedidos
de reconhecimento de cursos de
turismo e economia. Hoje, cerca
de 50 solicitações de credenciamento de cursos à distância estão
em trâmite no MEC.
Um dos casos em que a graduação não tem como objetivo a formação de professores é o da PUC
(Pontifícia Universidade Católica) do Rio Grande do Sul, que oferece o curso de engenharia química com ênfase em operação petroquímica, em parceria com a OPP
Petroquímica, empresa produtora de resinas. O curso, com duração de seis anos, teve sua primeira
turma em 2000 e é destinado aos
funcionários da indústria.
Cursos em SP
No mapa da graduação à distância no Brasil, chama a atenção o
fato de não haver nenhuma disponível no Estado de São Paulo.
"Costumo ouvir com freqüência que esse tipo de educação poderia representar uma queda na qualidade do ensino. Essa é uma falácia, porque a qualidade não
tem nenhuma relação com a presença física do aluno", diz Eduardo Chaves, professor da Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e especialista no uso da tecnologia na educação.
Gabriel Mário Rodrigues, reitor da Anhembi-Morumbi e presidente do Instituto UVB (uma associação de dez universidades, que tem o objetivo de pesquisar e oferecer cursos à distância), considera circunstancial a ausência de cursos nesse formato no Estado. "Até o fim do ano, a UVB deverá ter seis cursos de graduação na área de negócios."
Texto Anterior: Fique atento: Enem Próximo Texto: Criação e expansão de cursos estão ligadas a desenvolvimento do correio Índice
|