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CARREIRA/BIOLOGIA
DAR AULAS NO ENSINO MÉDIO É A OPÇÃO DE MUITOS FORMANDOS
Concorrido, curso oferece mais que genética e ambiente
ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A grande exposição nos meios
de comunicação de temas ligados à genética e ao ambiente vem
fazendo com que a procura pelo
curso de biologia seja cada vez
maior. Mas o curso e a carreira
são bem mais amplos que esses
dois campos de atuação.
Dar aulas para os ensinos fundamental e médio é uma das ocupações que mais absorvem os formandos de biologia. "Conseguir
acrescentar alguma coisa na formação do aluno é emocionalmente recompensador. Quando
isso acontece, não se pensa no salário que é pago", disse Ernesto
Birner, professor de biologia do
Anglo e autor de livros didáticos.
Outra área que atrai boa parte
dos formandos, principalmente
nas universidades públicas, é a
pesquisa dentro da universidade
ou em centros especializados.
O caminho natural, nesse caso,
é o estudante começar o mestrado
ou algum curso de especialização
logo após concluir a graduação.
Uma bolsa de mestrado para dedicação exclusiva, dependendo da
instituição que a forneça, pode
variar de R$ 700 a R$ 1.000.
Após concluir o mestrado e o
doutorado, o biólogo pode dar
aulas em outras instituições de
ensino superior. "O número de
faculdades particulares no país
está aumentando, e o biólogo pode lecionar não só no curso de
biologia mas nos de medicina e de
odontologia, por exemplo", afirmou Waverli Neuberger, professora da Universidade Metodista
de São Paulo.
A biotecnologia é uma das áreas
que mais vêm crescendo no Brasil, mas não só os biólogos podem
atuar nela. Veterinários, agrônomos e outros profissionais disputam as vagas em indústrias de alimentos e farmacêuticas, por
exemplo, em que seres vivos são
utilizados em alguns processos,
como na fermentação da cerveja e
na obtenção de insulina.
A genética também não é uma
área exclusiva dos biólogos. Adilson Leite, do Centro de Biologia
Molecular e Engenharia Genética
da Unicamp, recomenda a quem
quiser atuar na área que faça um
curso de especialização, independentemente da graduação.
O profissional da área trabalha,
na maior parte do tempo, no laboratório ou em campo, onde são
coletados materiais de animais ou
plantas. "O trabalho é um pouco
rotineiro. Geralmente a cada semana eu começo um mesmo ciclo
de atividades", disse Alessandra
da Silveira, analista de laboratório
da Monsanto, uma das maiores
empresas do setor no mundo.
A carreira de Alessandra exemplifica a diversidade de ocupações
que um biólogo pode ter. Na graduação ela fez iniciação científica
em parasitologia e, após se formar, começou a lecionar e fez
uma especialização em orientação sexual. Há um ano e meio, começou a trabalhar com genética.
Outra área da biologia é a relacionada ao ambiente, em que o
biólogo pode trabalhar em ONGs,
em órgãos do governo ou em indústrias. "A legislação relativa ao
ambiente está cada vez mais dura
e as empresas precisam controlar
o que fazem com seus resíduos",
disse Clodoaldo Gazzetta, biólogo
da ONG S.O.S. Mata Atlântica.
Segundo ele, o trabalho de um
ambientalista não é totalmente
externo. "A maior parte do tempo
estamos na frente do computador. Quando vamos a campo, estamos tão concentrados que nem reparamos na paisagem."
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