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UNICAMP
Mudanças devem incluir testes na prova da primeira fase
Hoje todas as etapas do vestibular são dissertativas
PATRÍCIA GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL
A Unicamp realiza, neste domingo, a primeira fase de seu
último vestibular 100% dissertativo. As mudanças ainda estão sendo estudadas, mas já devem começar a valer a partir do
processo seletivo de 2011.
Trata-se de um marco na história da universidade, que
mantém apenas questões abertas em todas as suas fases, enquanto a maioria dos grandes
vestibulares do país convergiu
para um modelo de prova que
aposta nas questões objetivas.
A partir do ano que vem, no
entanto, a primeira fase deve
começar a ter testes. Em disciplinas como matemática e física, em que a resposta da questão é um número, deve haver
um cartão em que o candidato
marcará os algarismos em quadradinhos destinados a eles
(como já acontece na Universidade de Brasília) -veja quadro.
De acordo com Renato Pedrosa, coordenador-executivo
da Comvest (entidade que organiza o vestibular da Unicamp), a razão para essa alteração é que o vestibular da Unicamp precisa aumentar o número de questões da primeira
fase para diminuir o empate
técnico dos cursos mais concorridos. "Precisamos ter mais
questões na primeira fase e
manter a prova em um só dia."
Assim, o exame deve ficar
mais longo -com uma mistura
de questões dissertativas e de
testes-, mas o tempo de prova
não deve passar de cinco horas.
A correção de testes é mais
fácil e rápida, porque é feita por
máquinas, o que minimiza erros e acelera o resultado.
A estrutura da redação, que
hoje dá possibilidade de o aluno
optar entre uma narrativa, uma
dissertação ou uma carta, também está sendo repensada.
Outra mudança que aparece
com chances de ser implementada a partir do próximo vestibular é a divisão das provas não
mais por disciplinas, mas em
torno de quatro eixos temáticos: ciências humanas, da natureza, linguagens e matemática.
Artes, sociologia e filosofia,
que constam entre as disciplinas obrigatórias do ensino médio, passariam a fazer parte do
exame. Mas, quanto a isso, Pedrosa tranquiliza os alunos: os
conceitos dessas matérias serão cobrados "incorporados a
outras questões".
"Estamos há mais de um ano
discutindo para que o processo
de mudança se dê da melhor
forma possível", diz Pedrosa.
Alexandre de Paula, 19, aluno
do COC, presta vestibular para
medicina pela segunda vez na
Unicamp. Embora torça para
que não precise passar por essas alterações, ele é realista.
"Quem faz medicina tem que
mandar muito bem. Espero que
dê para passar neste ano."
Mas, caso seu plano dê errado, Alexandre diz que não vai se
desesperar. "No fundo, no fundo, vai ficar mais parecida com
a Unesp e a Fuvest. Como a
gente já se prepara para essas
provas, não deve ser tão ruim."
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