São Paulo, terça-feira, 10 de novembro de 2009
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CARREIRA

Campo de atuação do psicólogo cresce

ONGs e agremiações de esportes são alguns dos setores que têm contratado esses profissionais

NATÁLIA SOARES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Antes mais restrito ao consultório, à escola e à empresa, o campo de atuação do psicólogo tem se expandido. Áreas como a jurídica, a do esporte e a do ambiente têm contratado cada vez mais esses profissionais.
Para Irani Tomiatto, coordenadora do curso do Mackenzie, a profissão também tem sido mais valorizada.
"Em qualquer área da vida do ser humano, o equilíbrio emocional e a sua capacidade de se relacionar são importantes. Então você pode inserir a possibilidade de trabalho do psicólogo em qualquer lugar", diz.
"O mercado hoje é muito melhor do que na época em que eu me formei. Antes, as possibilidades se resumiam à escola, ao consultório ou à empresa, e hoje o psicólogo tem uma multiplicidade de campos de atuação", diz Hilda Capelão Avoglia, coordenadora do curso da Universidade Metodista de São Paulo. "Organizações não governamentais e agremiações de esportes são alguns dos setores que têm apresentado uma forte demanda de profissionais."
Nas empresas, a crescente preocupação dos empregadores com as condições psicológicas de seus funcionários tem motivado a contratação desses profissionais, que podem desempenhar funções na área de recursos humanos.
A atuação vai desde o recrutamento e a seleção, passando pela orientação de carreiras e chegando ao desenvolvimento e ao treinamento de profissionais. "É uma das áreas com melhores possibilidades salariais", afirma Plínio Maciel Jr., coordenador da graduação da PUC-SP. "Mas também temos muitos alunos indo trabalhar na saúde pública, em hospitais, em abrigos e outras instituições."
Fabiano Fonseca, psicólogo do setor de orientação profissional da USP, lembra também que há oportunidades na área jurídica, onde o psicólogo pode trabalhar em processos de adoção, em conselhos tutelares e com presidiários.
Outra área que tem surgido como tendência é a ambiental, na qual o psicólogo trabalha com arquitetos e engenheiros para pensar soluções de bem-estar e sustentabilidade. "A grande questão é encontrar um nicho de mercado. É uma profissão que dá retorno a médio prazo, não é de pleno emprego", alerta Fonseca.
O contato dos estudantes com a prática ocorre já no início da faculdade, quando os alunos passam pelo estágio obrigatório e têm a oportunidade de ver os profissionais atuando.
Já no fim da faculdade, os universitários têm a oportunidade de atender a pacientes, mas sempre com supervisão. Durante o curso, há disciplinas como sociologia, filosofia, história da psicologia e até farmacologia e neurologia.
"O aluno deve ter uma visão integrada do que é o ser humano, até para saber a hora de encaminhar um paciente a um neurologista ou a um psiquiatra", explica Plínio Maciel Jr, da PUC-SP.
Formada pelo Mackenzie no ano de 2006, Lilian Veronese, 26, trabalha hoje no Centro de Ensino São José, instituição que atua na inclusão de crianças deficientes.
Ela diz que descobriu a sua vocação ao longo do curso e que é preciso aproveitar todas as possibilidades que a universidade oferece. "A inserção no mercado não é fácil. Logo que eu me formei, recebi o convite de uma professora para trabalhar na escola. É preciso, desde cedo, aproveitar os espaços da faculdade. E também refletir bastante sobre a carreira, justamente para poder cavar o espaço da psicologia em qualquer lugar em que você vá trabalhar", recomenda.


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