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DEU NA MÍDIA
A era George W. Bush se aproxima do final
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Conduzido à Casa Branca
por decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, após
uma eleição sob suspeita no
Estado da Flórida, George W.
Bush conquistou a presidência em 2000 ao vencer Al Gore, candidato do partido democrata. Ao assumir o comando do país em janeiro de
2001, Bush teve um início de
mandato sem brilho, talvez
ofuscado pela suspeita de
fraude no processo eleitoral.
Com os atentados de 11 de
Setembro de 2001, que atingiram as Torres Gêmeas do
World Trade Center e o Pentágono, o presidente dos
EUA transformou a luta contra o terrorismo no eixo central de seu governo. Ao se autodefinir como o "presidente
da guerra", declarou como
inimigo número um da América a rede Al Qaeda e seus
seguidores comandados por
Osama bin Laden.
Atuando de forma unilateral, isto é, sem o aval das Nações Unidas e da comunidade internacional, Bush liderou, em outubro de 2001, a
invasão do Afeganistão sob
alegação de que o Taleban,
grupo fundamentalista que
comandava o país, hospedava o líder da Al Qaeda.
Mais tarde, em janeiro de
2002, o chefe da Casa Branca, com o apoio do Congresso
norte-americano, declarou
guerra aos países do "eixo do
mal": Coréia do Norte, Irã e
Iraque. Proclamou-se paladino da luta contra o terror e
promoveu a invasão do Iraque em março de 2003, sob a
acusação de que o regime de
Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa
e mantinha relações suspeitas com a Al Qaeda.
Amparado num clima de
pavor gerado pela ameaça de
novos atentados, o discurso
intransigente de Bush, mesmo sob o bombardeio de denúncias dos abusos praticados por soldados norte-americanos na prisão de Abu
Ghraib, se converteu no seu
maior trunfo eleitoral, levando-o à reeleição contra o democrata John Kerry em novembro de 2004.
Com o recrudescimento
da violência no Iraque, que
levou Washington a aumentar o contingente de soldados em 2007, a popularidade
do mandatário da Casa Branca começou a despencar.
Caiu mais em virtude da arrogância de seu unilateralismo bronco, quando não reconheceu o empenho mundial na luta contra o aquecimento global, imprudência
que agravou o sentimento
antiamericano pelo planeta.
Embora seu mandato termine apenas em 20 de janeiro de 2009, quando passará a
faixa presidencial ao democrata recém-eleito Barack
Obama, George W. Bush desocupará a Casa Branca sem
deixar saudades. Como diria
o poeta, o melhor a fazer seria bater o portão sem fazer
alarde e partir com a leve impressão de que já vai tarde.
ROBERTO CANDELORI é professor do colégio Móbile
rcandelori@uol.com.br
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