São Paulo, terça-feira, 12 de maio de 2009
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CARREIRA

Enfermeiro olha o paciente, não a doença

Profissional pode atuar na assistência ao paciente e até receitar alguns medicamentos

Marcelo Justo/Folha Imagem
A estudante de enfermagem Tassiana Godoy, 21, durante estágio em hospital de SP; ela está no quarto ano do curso, na Unifesp

RICARDO GALLO
DA REDAÇÃO

A enfermagem forma o profissional para olhar para o paciente, não para a doença, diz Maria de La Ó Ramallo Veríssimo, coordenadora do curso da Escola de Enfermagem da USP.
O enfermeiro pode atuar na assistência ao paciente e até receitar medicamentos em casos mais simples -como o de uma criança com diarreia ou anemia. Segundo a professora, seu papel é "pensar em recursos para manter a saúde e o bem-estar das pessoas".
Gostar de lidar com as pessoas, saber escutar as necessidades do paciente e ter facilidade de comunicação é essencial, diz Ivana Siqueira, 44, superintendente de atendimento e operações do Sírio-Libanês.
Pelo hospital de São Paulo, passaram recentemente a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e o vice-presidente José Alencar. Ivana começou há 23 anos como enfermeira e hoje chefia 1.200 profissionais.
O dia a dia nem sempre é fácil: o enfermeiro pode enfrentar jornadas extensas e trabalhar aos finais de semana e festas de final de ano, por exemplo. Outro obstáculo da profissão é lidar com a morte.
"Às vezes as coisas dão certo, às vezes, não. É preciso humildade para saber que você não vai conseguir salvar todos os pacientes", afirma Ivana.
"A gente vê na faculdade e pensa que é fácil. Com o passar do tempo, vamos lidando melhor", diz Juliana Chade, 29, enfermeira sênior do Sírio, formada pela universidade de Guarulhos há quatro anos.
O curso de enfermagem dura quatro anos e inclui aulas práticas. Na Unifesp, por exemplo, os alunos do segundo ano atuam, supervisionados por professores, em unidades de saúde da Prefeitura de SP. No último ano, o estágio é integral.
O currículo é voltado para que o profissional conheça o funcionamento do SUS, o sistema público de saúde, afirma Laís Helena Ramos, professora afiliada da Unifesp.
A maioria dos formados vai trabalhar em hospitais, mas também podem cuidar de doentes em casa. Como a formação inclui administração hospitalar, também é possível atuar em funções gerenciais.
Outras frentes são as áreas de educação -na formação de técnicos de enfermagem- e pesquisa. O salário inicial é de R$ 2.000, em geral. Não há piso.
Criadas para atender a grupos de até 3.450 pessoas, as equipes do Programa de Saúde da Família, do governo federal em parceria com Estados e municípios, também absorvem recém-formados. O salário inicial é de R$ 3.500. Há 29,3 mil equipes no país que atendem a 45,3% da população.


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