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      São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2003
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ATUALIDADES

A resistência extremista contra a Cúpula de Aqaba

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

O balneário de Aqaba, na Jordânia, recebeu, para um encontro histórico, o premiê palestino, Mahmoud Abbas, e Ariel Sharon, primeiro-ministro de Israel. Sob a coordenação do presidente dos EUA, George W. Bush, a Cúpula de Aqaba representa mais um capítulo em busca do fim da violência e a retomada das negociações de paz no Oriente Médio.
Os líderes comprometeram-se com a execução das obrigações definidas na primeira fase do "Mapa da Estrada", proposto pelos EUA, pela União Européia, pela ONU e pela Rússia. Sharon assumiu o compromisso de remover os assentamentos construídos ilegalmente em Gaza e na Cisjordânia. Abbas declarou que combaterá o terrorismo dos grupos extremistas, além de desmobilizar a Intifada (levante palestino contra as forças israelenses).
Extremistas de ambos os lados protestaram contra esse encontro. Para os colonos judeus, esse plano representa "uma humilhante rendição ao terror palestino". Segundo esses líderes, a violência aumentou após o Acordo de Oslo, em 1993, que deu autonomia à ANP (Autoridade Nacional Palestina) sobre algumas cidades ocupadas por Israel desde a Guerra dos Seis Dias (1967).
Do lado palestino, o líder do Hamas afirmou: "Nunca estaremos prontos para depor as armas até a libertação do último centímetro de terra da Palestina". Para esses radicais, que se recusam a aceitar Israel, as terras palestinas devem ser reconquistadas por meio da luta de seus mártires.
Em questão, além da paz, estão as 150 colônias judaicas e seus 220 mil habitantes que sonham permanecer na Cisjordânia e em Gaza. Os palestinos exigem que os assentamentos sejam removidos para a construção do seu Estado soberano a partir de 2005. Os colonos afirmam que a convicção religiosa os fará resistir.


Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo. E-mail: rcandelori@uol.com.br


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