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REDAÇÃO DO LEITOR
Coerência favorece defesa de tese
THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Desde o parágrafo inicial,
quando menciona fato
ocorrido recentemente no Rio
de Janeiro, o redator demonstra envolvimento no debate sobre a violência e convoca o leitor a participar da discussão.
Desenvolve um raciocínio
por meio do qual apresenta como um paradoxo o fato de os
jovens da elite econômica do
país terem idéias conservadoras (ou "reacionárias").
Embora o fato, atestado em
recente pesquisa divulgada pela mídia, não constitua necessariamente uma contradição, o
redator, a serviço da defesa da
tese de que é o investimento social que reduz a criminalidade,
constrói uma argumentação
coerente. Para ele, soa como
disparate o fato de os que mais
acesso têm aos bens de cultura
e à informação serem os arautos da volta da pena de talião.
Ganha ponto no quesito coesão ao cobrar que seja usada no
combate às causas da violência
a mesma veemência empregada na defesa da repressão aos
criminosos.
Estabelece relações entre os
dados da pesquisa e, assim, explica o conservadorismo dos
jovens da elite: a falta de leitura,
combustível da alienação, aliada ao processo de massificação
da sociedade, encaminha os jovens mais abastados para um
comodismo acrítico.
Termina o texto assinalando
a oposição entre os que vivem
na alienação e os que enfrentam a realidade e, habilmente,
valoriza seu ponto de vista.
Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da
Folha. E-mail:
tnicoleti@folhasp.com.br
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