São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2004
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REDAÇÃO

Nas páginas da Fuvest e da Unicamp, aluno acha exemplos que o ajudam a treinar escrita

Sites mostram bons e maus textos

Ciete Silvério/Folha Imagem
Adriane Nakagawa, que teve redação incluída em coletânea da Unicamp


ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Todos sabem como estudar matemática ou geografia: é só ler a teoria e resolver exercícios. Com a redação, o processo é diferente, mas também é possível estudar e melhorar a qualidade dos textos.
Uma boa maneira de começar é ver as redações consideradas boas por dois dos principais vestibulares do país. Na página da Fuvest (www.fuvest.br), há 50 dos melhores textos do último ano. Já na seção de provas comentadas do site da Unicamp (www.comvest.unicamp.br) há os que estão acima e abaixo do esperado, com explicações sobre os critérios utilizados pela banca de correção.
O exercício que deve ser feito com as redações que estão na internet é notar o que pode ser melhorado. "Os textos foram produzidos sob tensão e com um limite de tempo. Eles não são perfeitos. É interessante notar os deslizes, o que poderia ser feito de outra forma e o que é interessante", disse Gisa Gasparotto, professora do Cursinho da Poli e do COC.
Os argumentos-chavão e a estrutura de texto tradicional, tidos como os mais seguros, muitas vezes são os menos valorizados.
"Não é preciso que seja um texto genial, mas que seja de autoria, que o candidato saia da camisa-de-força do que todos dizem", disse Maria Thereza Fraga Rocco, vice-diretora-executiva da Fuvest. Mas, de acordo com ela, para ter segurança e produzir um texto fora da "camisa-de-força", é preciso primeiro que o candidato domine o esquema tradicional, o que só é possível com o treino.
Para estudar, ela sugere que o candidato escreva uma redação e a refaça várias vezes ao longo dos meses. Depois da sexta ou da sétima versão, o aluno pode comparar a última com a primeira. "Ele verá que caminhou muito", disse.
Outro exercício proposto por ela é reunir os amigos, cada um produzir um texto por semana e depois discutir as redações.
Quando estava no terceiro ano do ensino médio, Adriane Nakagawa, 18, trocava textos com as amigas. "Há problemas de coerência, por exemplo, que só os outros vêem." A redação que ela fez na prova da Unicamp foi publicada em uma coletânea da universidade com os melhores textos.
O papel de espírito crítico também pode ser exercido pelo professor, como no caso de Flávia Martins Moreira, 18, que obteve dez na redação do Enem. Semanalmente, ela fazia uma redação que recebia comentários da professora. "Sempre lia com atenção o que ela escrevia para não cometer os mesmos erros."
Para ter segurança na produção da redação e para fugir dos chavões, um item importante é estar familiarizado com os temas. Para isso é positivo ler textos argumentativos, como editoriais de jornais e artigos, além de outros textos opinativos. "Isso ajuda tanto no repertório de informações quanto no desenvolvimento dos meios de expressão", disse Eduardo Antonio Lopes, professor do Anglo.


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