São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2004
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Consultar internet derruba mitos

DA REPORTAGEM LOCAL

Provavelmente o estudante já ouviu a história do candidato que escreveu na folha inteira de redação a palavra tiquetaque e teria tirado nota dez no tema "tempo". Mitos como esse que circulam entre os vestibulandos podem ser desfeitos olhando as redações da Fuvest e da Unicamp que estão nos sites das instituições.
Nos comentários da Unicamp sobre a prova de 1998, por exemplo, a banca justificou a anulação do texto de um candidato que escreveu por 13 vezes a frase "Imagem não é nada, sede é tudo" e depois "Nem valorizar a imagem nem o homem, o que importa é o sentimento" assim: "Temos um exemplo de um caso em que se queria atingir uma certa criatividade (...) Houve argumentação? Houve utilização da coletânea? Nem argumentação, nem coletânea; quase não há um texto".
Outro item que é desmistificado nas redações da Fuvest é a obrigatoriedade da utilização de título. "Muitas das 50 redações que estão lá [no site] não têm título. Título é uma possibilidade, é um recurso para criar uma expectativa, não uma obrigatoriedade. Se fosse obrigatório, deveria haver uma indicação disso na proposta da redação", disse Eduardo Antonio Lopes, professor do Anglo.
De acordo com ele, outros pontos são a proibição da letra de forma, a presença de rasuras e de erros pontuais de gramática. Tudo isso, que na idéia de muitos candidatos diminuiria a nota, não foi motivo para que as redações não recebessem pontuação máxima.
Outro mito é a proibição da primeira pessoa do singular, o que leva muitos vestibulandos a utilizarem a primeira pessoa do plural ("nós pensamos", por exemplo) ou a voz passiva ("pensa-se"). "Nada impede de usar a primeira pessoa do singular, desde que o candidato não confunda com a narração", disse Maria Thereza Fraga Rocco, da Fuvest.


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