São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 2006
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CARREIRA

Graduação em farmácia fica entre química e medicina

Profissional desenvolve de remédio a cosmético; genérico ampliou mercado

Bruno Miranda/Folha Imagem
O farmacêutico Mateus Calligioni de Mendonça, no laboratório da empresa Natura, onde trabalha com pesquisa e cria cosméticos


CONSTANÇA TATSCH
DA REDAÇÃO

Para tudo na vida tem remédio. O ditado pode ser otimista demais, mas existem profissionais que se dedicam às pílulas que buscam, pelo menos, acabar com as dores do corpo. São os farmacêuticos, que unem a química à medicina.
A carreira oferece muitas possibilidades. O farmacêutico pode trabalhar em farmácias, hospitais (em equipes multidisciplinares ou na farmácia hospitalar), na indústria farmacêutica, com cosméticos, análises clínicas, toxicologia e até mesmo na área de alimentos.
"É um campo muito vasto, mas falta um pouco de informação. Tem muito mercado de trabalho porque a carreira é ampla", afirma a professora Elfriede Marianne Bacchi, presidente da comissão de graduação da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.
Segundo ela, a tendência, hoje, é direcionar mais a profissão no sentido paciente/doença. Antes era dada maior atenção à área de tecnologia e indústria farmacêutica.
"O que procuramos é fazer um profissional voltado para a saúde. Nos últimos dez anos, a profissão ganhou solidificação, em razão até dos problemas de saúde do Brasil. A produção nacional de medicamentos com os genéricos também está maior. A profissão é mais respeitada hoje", diz Carlos Roque Duarte Correia, coordenador do curso de farmácia da Unicamp, que foi criado em 2004 em razão da forte demanda.
A indústria ainda é uma área promissora. "O conhecimento tem avançado rápido e ainda vai evoluir muito mais. Os investimentos são gigantescos", afirma Correia, que também vê nos cosméticos um bom filão. "Todo mundo usa, e as empresas investem."

Faculdade
O curso leva, em média, cinco anos (integral) ou seis anos (noturno). Professores e estudantes fazem, porém, um alerta: o primeiro ano é bem difícil em razão do excesso de disciplinas de base. Muita química, biologia, física e até matemática. Só depois as matérias começam a ter um viés mais prático.
Foi o que aconteceu com Marc Strasser, 21, terceiro ano de farmácia na USP: "No começo é um pouco complicado, tem bastante disciplinas de exatas e a parte de biologia só vai entrando a partir do segundo ano. Isso me assustou. Mas estou adorando e estou animado com as perspectivas. Podemos trabalhar em um monte de áreas diferentes."
Antes do cursinho, Marc planejava cursar química. Mas teve contato com um professor que era farmacêutico e lhe explicou um pouco sobre a carreira. "Até então não sabia nada. Busquei mais informações, vi que era a minha cara e prestei. O que me chamou mais a atenção é que é uma área bem completa, com química, biologia e um entendimento do corpo humano", afirma.


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